Para atender às exigências dos consumidores hiperconectados, organizações precisam adotar tecnologias de automação inteligente que atuem diretamente no core dos negócios
Rafael Lameirão (*)
O desenvolvimento em low-code é uma prática que existe há anos, mas somente nos últimos tempos passou a estar em evidência nas grandes empresas e em áreas complexas de grande competitividade, como telecomunicações e finanças, setores em que o investimento em software, automação inteligente e inovação contínua são cruciais e mandatórios.
Ao ser incorporado no contexto corporativo como um todo, o low-code traz benefícios claros como ganho em produtividade, diminuição de custos e agilidade no time to money. Mas nem sempre foi assim. Antigamente, era comumente utilizado apenas em aplicações departamentais com o intuito de organizar e simplificar o dia a dia das tarefas.
Porém, com o passar do tempo e a mudança drástica de comportamento e exigência dos consumidores, cada vez mais conectados e em busca de experiências realmente omnichannel, as companhias passaram a buscar aprimoramento contínuo para atender a essas novas demandas dos clientes.
Por este motivo, o low-code deixou de ser aplicado majoritariamente em aplicações desconectadas e departamentais e vem sendo cada vez mais utilizado no core das companhias, atuando como um dos pilares estratégicos quando o assunto é inovação e entregas cada vez melhores e mais rápidas.
Além disso, com low-code a TI se torna mais moderna e eficiente, trabalhando estrategicamente para alavancar os negócios – e consequentemente as empresas estarão em linha com as tendências de mercado e as demandas dos consumidores finais, aumentando, assim, sua vantagem competitiva. Ou seja, ao contrário do que se poderia imaginar, o low-code não tira a importância da TI no ambiente dos negócios, mas a torna ainda mais protagonista no caminho da inovação e da jornada digital.
Movimento tecnológico em evolução
Segundo o relatório do Gartner ‘Forecast Analysis: Low-code Development Technologies’, globalmente a maioria das grandes organizações adotará várias ferramentas low-code até o final deste ano. O estudo prevê que as Plataformas de Aplicativos Low-Code (LCAP na sigla em inglês) continuem sendo o maior componente do mercado de tecnologia de desenvolvimento até 2022, aumentando quase 30% em comparação com 2020, para chegar a US$ 5,8 bilhões, em 2021. Não há dúvidas, companhias e fornecedores de TI que apostam em low-code estão no caminho certo quando se pensa em inovação e transformação dos negócios.
Essa nova realidade na qual se insere o low-code aconteceu por conta das evoluções pelas quais a tecnologia passou. Hoje, as aplicações low-code são sofisticadas, omnichannel podem ser integradas aos sistemas legados e a sistemas de terceiros. Os desenvolvedores conseguem, inclusive, criar soluções complexas utilizando low-code. Com essa prática, as possibilidades de inovação são infinitas, em linha com a busca pela simplificação de processos e a modernização de soluções, benefícios tão almejados pelas empresas.
Em resumo, as companhias pautadas pela necessidade de inovação contínua perceberam que perderiam oportunidades e espaço de mercado se não aderissem ao low-code. Obviamente, é impossível ter o roadmap de TI baseado 100% em soluções low-code, mas é incontestável dizer que essa tecnologia traz benefícios e ganhos expressivos, influenciando no crescimento dos negócios, na fidelização de clientes, na evolução do atendimento e na experiência omnichannel oferecida aos consumidores.
Uma pesquisa da McKinsey constatou que as organizações que investem em ferramentas estratégicas e fortes para colaboração, integração, desenvolvimento, planejamento e entrega contínuos são 65% mais inovadoras do que as que não têm este tipo de ferramenta tecnológica. E se inovação é palavra de ordem entre as empresas que querem se manter relevantes para seus clientes, o low-code é, sem nenhuma dúvida, um caminho irreversível para a modernização do ecossistema de TI, em linha com o crescimento da rentabilidade e dos negócios como um todo.
(*) É Diretor de Vendas LatAm da Pegasystems.