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Lambretta: uma máquina icônica

em Tecnologia
terça-feira, 03 de janeiro de 2023

A história da lendária marca Lambretta começou após a II Guerra Mundial, quando Ferdinando Innocenti, que teve sua fábrica de tubos de aço sem costura situada próxima a Milão destruída pela guerra, percebeu que prover um meio barato e seguro de transporte poderia ser um bom negócio.

Vivaldo José Breternitz (*)

Innocenti e o engenheiro Pierluigi Torre idealizaram um veículo de baixo custo de produção, de manutenção barata e melhor que uma motocicleta em situações de chuva, frio e neve – surgia a Lambretta, que ganhou este nome por ser fabricada em Lambrate, um subúrbio de Milão.

A produção começou em 1947, depois de um ano de desenvolvimento e teste do novo veículo. A primeira Lambretta tinha um motor de dois tempos com um único cilindro que permitia percorrer 33 quilômetros com 1 litro de gasolina, um forte argumento de venda em uma Itália onde o combustível era caro e raro.

Outros modelos se sucederam, como a Lambro, em 1960, um veículo de três rodas destinado a entregas, mas a  fábrica italiana entrou em decadência e cessou sua produção em 1971, embora a Lambretta continuasse a ser produzida sob licença na Argentina, Brasil, Chile, Índia e Espanha, às vezes utilizando a marca Lambretta, às vezes não. 

A maquinaria da fábrica italiana foi comprada pelo governo da Índia, que criou uma empresa chamada Scooters India Limited (SIL) e passou a produzir veículos de três rodas, os chamados tuk-tuks, com a marca Vikram. 

A Lambretta do Brasil S.A. foi instalada em 1955 como uma licenciada da Inocentti, com fábrica no bairro da Lapa, em São Paulo. A produção entre 1958 e 1960, o apogeu da marca, superou 50.000 unidades/ano. 

Aqui também outros modelos foram lançados, mas o   mercado de veículos de duas rodas se modificava com a chegada das marcas japonesas de motocicletas; a empresa entrou em decadência e acabou falindo em 1982.

No Brasil ainda há entusiastas da máquina, com clubes e oficinas que cuidam das que restaram. 

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.