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Inteligência artificial pode prever risco de ataque cardíaco

em Tecnologia
terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Um estudo conduzido pelo professor Charalambos Antoniades da University of Oxford e um dos dirigentes da British Heart Foundation (BHF) descobriu que pacientes que vão ao hospital com dores no peito e muitas vezes são tranquilizados e mandados de volta para casa, correm alto risco de sofrer ataques cardíacos nos próximos dez anos, mesmo sem qualquer sinal de doença no momento.

Vivaldo José Breternitz (*)

A equipe do professor Antoniades desenvolveu uma inteligência artificial (IA) que foi alimentada com os dados de mais de 40 mil pacientes submetidos a tomografias computadorizadas de rotina em oito hospitais do Reino Unido – essas tomografias são usadas para detectar bloqueios ou estreitamentos nas artérias. O software também recebeu informações acerca da evolução do quadro desses pacientes.

A seguir, as tomografias de cerca de 3.400 pacientes que vinham sendo acompanhados por cardiologistas, sem que houvesse risco aparente de ataques cardíacos, foram analisadas pela IA, sendo que os resultados das análises levaram à alteração dos planos de tratamento de 45% dos pacientes, pois indicaram que os mesmos corriam riscos de sofrerem ataques cardíacos nos próximos dez anos.

Cerca de 350 mil pessoas fazem tomografias computadorizadas cardíacas todos os anos no Reino Unido, mas, de acordo com a BHF, muitos morrem de ataques cardíacos pois as tomografias são incapazes de detectar estreitamentos ou bloqueios pequenos.

O professor Sir Nilesh Samani, diretor médico da BHF e professor da University of Leicester, disse que a pesquisa mostra o papel valioso que a tecnologia baseada em IA pode desempenhar na identificação daqueles que correm maior risco de futuros ataques cardíacos.

Felizmente, IA pode também ser aplicada para o bem, ao contrário do que se vê com frequência.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.