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Inteligência artificial mais presente no fast food

em Tecnologia
terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Vivaldo José Breternitz (*)

Embora já se fale em robôs atuando como barmen e pizzaioli, a inteligência artificial está se tornando mais presente nos restaurantes onde se serve fast food.

Nesses locais, bots, como são chamados os robôs de voz baseados em inteligência artificial, estão anotando os pedidos dos clientes, buscando acelerar o atendimento e reduzir custos.

Já são conhecidos alguns casos, como o da Taco Bell, que está   testando um bot   que recebe pedidos na pista de drive-thru.  Já a Popeyes e a Panera Bread iniciaram parcerias com a OpenCity, uma startup que desenvolveu um bot similar chamado Tori, que pretende diminuir os erros na tomada de pedidos e os tempos de espera, além de aumentar as vendas.  

Em uma loja da Popeyes que usa o Tori, as vendas de bebidas aumentaram 150%, pois    o Tori oferece aos clientes itens do menu que tem margens de lucro mais altas, e as bebidas estão entre estes itens.

Bots de voz baseados em inteligência artificial, como o Tori, se juntarão a outras tecnologias usadas em restaurantes fast food – Tori é um “funcionário” da linha de frente, mas outros robôs dos restaurantes, desde já ou em breve, estarão cozinhando, limpando e servindo comida, ajudando essas empresas a superarem a carência de mão de obra, que paradoxalmente segue alta, apesar da iminência de recessão.

De um ponto de vista mais gerencial, deve-se registrar o caso da Starbucks, que usa ferramentas de inteligência artificial para personalizar recomendações a clientes e reunir dados para ajudar a criar novos produtos.

Inteligência artificial também pode ajudar os restaurantes a reduzir o desperdício, o que, além de melhorar resultados financeiros, diminui os impactos sobre o meio ambiente – em termos mundiais, um terço de toda a comida produzida é desperdiçada; são cerca de 51 toneladas por segundo.

Nessa área, está sendo usada uma ferramenta de software chamada    Winnow Vision, que coleta   dados acerca de quanto e quais alimentos são jogados no lixo, gerando informações que ajudam a otimizar cardápios e tamanho de pratos. A Winnow, fornecedora do software diz que o mesmo vem sendo aperfeiçoado e poderá ajudar a diminuir o desperdício de alimentos em até 70%.

Levando em conta os dados divulgados pela organização não governamental alemã Welthungerhilfe, dando conta de que em 2022 cerca 828 milhões de pessoas não conseguem se alimentar adequadamente, espera-se que esse conjunto de ferramentas sirva também para minorar esse problema.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.