A IBM é mais uma big tech que reduz sua presença na China, em meio às crescentes tensões entre Washington e Pequim.
Vivaldo José Breternitz (*)
A empresa demitiu sua equipe de pesquisa e desenvolvimento baseada no país asiático e transferiu boa parte de suas atividades comerciais para outros países. Além de questões de natureza política, as medidas foram tomadas em função do tratamento privilegiado que o governo chinês dá aos seus concorrentes, disse a IBM.
Foram demitidos cerca de mil funcionários baseados nos escritórios de Pequim, Xangai, Dalian e nos centros de pesquisa China Development Lab e China Systems Lab, ambos fundados em 1999. Em 2021 já havia sido fechado o China Research Lab, após 26 anos de atividade.
Segundo Jack Hergenrother, executivo da IBM, a capacidade da empresa de fornecer suporte aos seus clientes chineses será mantida; dentre estes, estão empresas de grande porte, como bancos e operadoras de telecomunicações.
Além da IBM, empresas como Oracle, Microsoft e Amazon vem sofrendo problemas similares na China: a Microsoft já havia fechado o LinkedIn, um dos últimos aplicativos ocidentais a resistir às pressões de Pequim, enquanto a Amazon deixou de operar sua loja de e-books Kindle em julho.
O que se espera é que essa guerra comercial não evolua para outros tipos de guerra, de consequências imprevisíveis.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].