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Epson sai do negócio de impressoras laser

em Tecnologia
segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

A Epson anunciou que até 2026 deixará de vender impressoras laser, tanto as de uso doméstico quanto as de uso corporativo. A empresa, de propriedade da Seiko, declarou que a mudança está sendo feita em nome da sustentabilidade.

Vivaldo José Breternitz (*)

Já em 2021, a Epson disse que suas impressoras comerciais a jato de tinta usavam 85% menos energia e geravam 85% menos dióxido de carbono do que as laser. É preciso observar que essa afirmação pode ter sido feita apenas por razões de marketing e que os números para impressoras de outras marcas podem ser diferentes.

A Epson também informou que pretende investir cerca de US$ 720 milhões em inovação sustentável, pois as questões ambientais inerentes à impressão doméstica e comercial são importantes – um estudo antigo, de 2012, muito citado, apontou que 375 milhões de cartuchos de tinta e toner eram lançados nos aterros sanitários dos Estados Unidos anualmente, além do consumo de papel e energia.

E importante registrar que a Epson não tem um bom histórico em termos de susentabilidade, tendo o portal Ars Technica, no final de 2021, relatado que a empresa adotava políticas de obsolescência planejada o que gerava mais lixo eletrônico e impactava financeiramente seus clientes.

Concorrentes da Epson, como HP e Brother, continuam vendendo impressoras laser para uso doméstico e corporativo, talvez porque, como afirmou o portal Consumer Reports, as laser sejam mais rápidas e imprimam com qualidade melhor que as jato de tinta.

Há também aspectos relativos a custos: embora as jato de tinta tendam a ser mais baratas do que as laser, seus custos de impressão propriamente ditos tendem a ser mais altos: uma página impressa por uma laser custa entre 2 a 5 centavos de dólar quando em preto e branco e 15 centavos quando em cores. Para uma jato de tinta, os custos estão entre 5 e 10 centavos e 15 e 25 centavos de dólar, respectivamente.

A transição da Epson para impressoras jato de tinta levará alguns anos, dando às pessoas e empresas tempo para se ajustarem. Será interessante ver qual o caminho a ser tomado por outros fabricantes de impressoras.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.