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Cyberstalking: antigos executivos do eBay prestam contas à justiça

em Tecnologia
segunda-feira, 16 de maio de 2022

O termo cyberstalking vem do inglês stalk, que significa “perseguir, caçar”, e consiste no uso de ferramentas tecnológicas para ameaçar alguém.

Vivaldo José Breternitz (*)

É a versão virtual do stalking, comportamento que envolve perseguição ou ameaças contra uma pessoa, de modo repetitivo, seguindo a vítima em seus trajetos, aparecendo repentinamente em seu local de trabalho ou em sua casa, efetuando ligações telefônicas inconvenientes, deixando mensagens ou objetos pelos locais onde a vítima circula etc.

O cyberstalking, que se torna cada vez mais comum, já preocupava o governo americano no final da década de 1990, época em que as redes sociais se popularizaram e passaram a ser utilizadas para essas práticas, que é considerada crime tanto naquele país como no Brasil, onde sua prática usualmente é enquadrada como crime de ameaça.

Agora, o ex-diretor do eBay, David Harville, se declarou culpado de participar de uma campanha de assédio bizarra, que envolveu o envio de baratas e aranhas vivas além de outros itens estranhos a um casal de jornalistas. Harville é o último dos sete funcionários do eBay acusados a se declarar culpado de assediar e perseguir o par.
Em 2020, a justiça americana acusou os agora ex-funcionários do eBay Harville, James Baugh, Stephanie Popp, Brian Gilbert, Stephanie Stockwell, Veronica Zea e Philip Cooke de elaborar uma campanha de assédio visando Ina e David Steiner, os editores da newsletter EcommerceBytes. O grupo pretendia intimidar os Steiners em função de notícias negativas sobre o eBay que os jornalistas vinham publicando.

No início, os executivos passaram a enviar mensagens ameaçadores por e-mail e redes sociais e depois passaram a se aproximar dos jornalistas de forma ameaçadora, culminando com as remessas feitas por via postal.

Harville se declarou culpado de cinco crimes, inclusive de ter viajado da Califórnia a Boston com a intenção de invadir a garagem dos Steiner e conectar um dispositivo de rastreamento ao seu veículo.

Dos acusados, Philip Cooke já foi condenado a 18 meses de prisão e os demais aguardam a definição de suas penas.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT