O canivete suíço se tornou um símbolo tão grande de multifuncionalidade que empresas que produzem utensílios versáteis costumam dizer que seus produtos são o “canivete suíço” de sua categoria.
Vivaldo José Breternitz (*)
Os canivetes suíços normalmente incorporam várias ferramentas, como chaves de fenda, abridores de latas e garrafas, mas, principalmente, diversas lâminas.
Agora, a Victorinox, a empresa que produz o famoso gadget, está trabalhando em um canivete sem lâmina, como disse um porta-voz da empresa à CNN. Embora não vá descontinuar suas versões com lâminas, a empresa vem tentando descobrir como atender clientes em locais – especificamente o Reino Unido e alguns países asiáticos – onde canivetes são considerados armas e há restrições quanto ao seu porte.
O canivete suíço tem suas raízes na Alemanha dos anos 1880; logo depois, seu fabricante, o suíço Karl Elsener, transferiu seu negócio para a Suíça. Rapidamente surgiu um concorrente, a Wenger, e o governo suíço que comprava canivetes para uso de seus soldados, dividia as compras entre as duas empresas, que acabaram se fundindo em 2005.
Embora o 11 de setembro tenha afetado as vendas da empresa, pois os canivetes se tornaram muito mais controlados depois disso, a Victorinox continua firme. Em 2017 a empresa já havia produzido 500 milhões de canivetes, e fabrica atualmente 10 milhões por ano, de 400 modelos diferentes.
Seu modelo mais caro é o Swiss Champ XXL, que custa quase cinco mil reais no Brasil e possui 73 funções, incluindo descamador de peixes, pinça, lixa de unhas e até mesmo uma serra para metal.
Além dos canivetes, a Victorinox licencia sua marca para uso em relógios, roupas, artigos para viagem e outros itens – sem dúvida, é um caso de sucesso.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].