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Big Techs desaceleram contratações e veem suas ações caírem

em Tecnologia
quarta-feira, 01 de junho de 2022

Não é só a Meta que está suspendendo contratações de pessoal. Agora, a Microsoft anuncia a suspensão temporária de admissões para seus times de desenvolvimento e manutenção do Windows, Office e Teams.

Vivaldo José Breternitz (*)

A empresa afirma que está reajustando as necessidades de pessoal em função de mudanças na economia global, atingida pela inflação, problemas na cadeia de suprimentos e efeitos colaterais da guerra na Ucrânia, mas que no próximo ano fiscal pretende aumentar o número de funcionários.

Neste ano, os preços das ações da Microsoft caíram de US$ 337 para cerca de US$ 265, seguindo uma queda generalizada dos mercados.

A Microsoft não está sozinha. Outras grandes empresas de tecnologia estão tomando medidas semelhantes, como a Salesforce, grande produtora de software, especialmente para a área de marketing e a fabricante de software e placas gráficas Nvidia, que ao anunciar seus resultados na semana passada disse estar desacelerando enquanto a inflação persistir.

Algumas outras empresas que também anunciaram desacelerações nas contratações foram Lyft, Snap, Uber e Coinbase – todas fizeram esses movimentos em meio à queda dos preços de suas ações.

As questões de pessoal nessas empresas não refletem necessariamente o mercado de trabalho de tecnologia como um todo. O número de vagas de emprego estava em alta de 11,5 milhões no final de março, de acordo com o Bureau of Labor Statistics (BLS) dos Estados Unidos.

Esse cenário levou os empregadores americanos a intensificar sua busca por trabalhadores e a rever as qualificações que exigem. Aa contratações baseadas em habilidades estão aumentando e 59% dos empregadores estão considerando eliminar a exigência de diploma universitário.

Como os movimentos que ocorrem no mercado americano tendem, mesmo que em escala diferente, reproduzirem-se aqui, convém que nossas empresas, escolas e profissionais acompanhem atentamente o que acontece por lá, lembrando também que startups brasileiras, tidas como unicórnios, vem perdendo valor nas bolsas e demitindo pessoal, inclusive da área de tecnologia da informação.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT