Nos últimos meses, o foco para todos nós que trabalhamos com tecnologia é acelerar a Transformação Digital em um ritmo muito forte e, também, tem sido uma oportunidade interessante para revisitar a forma como catalisamos as mudanças sistêmicas. Lá no ínicio da pandemia, nossa prioridade imediata era permitir que as empresas continuassem sendo produtivas enquanto trabalhavam remotamente. Desde então, a jornada em que estamos tem destacado o quão eficaz a Transformação Digital é, e muito mais do que apenas a tecnologia que você implementa. É sobre cultura, pessoas e mentalidade.
Apenas alguns anos atrás, a Transformação Digital envolvia tudo sobre a implementação das mais recentes tecnologias. Mas agora, o foco está nos objetivos de negócios que essas tecnologias permitem que você alcance. E isso significa fazer com que seus dados funcionem por você – combinando diferentes tipos de dados estruturados e não estruturados para fornecer insights significativos que impulsionem a inovação e criem uma vantagem competitiva às organizações. Dado este panorama, consigo destacar alguns pontos nesta virada de chave:
Uma empresa inteira focada em ser data-driven: os dados são mais valiosos quando você pode aproveitá-los em toda a empresa, movendo toda a cultura organizacional para ser data driven. Isso significava ter uma visão holística da gestão de dados e garantir que os indivíduos de toda a companhia entendam a real importância e o poder dos dados em seus processos de negócios associados.
Grandes experiências começam dentro de casa: investimos tempo para garantir que nossos colegas – que são nossos clientes internos – tenham a melhor experiência. Isso é mais importante do que nunca. Agora as pessoas trabalham, principalmente, em casa e com desafios suficientes para lidar. Então queremos facilitar. Precisamos garantir que todos tenham um seguro e fácil acesso aos recursos corporativos necessários para trabalhar perfeitamente a partir de locais remotos.
A importância do trabalho em equipe e da cocriação: a abordagem colaborativa de cocriação impulsiona não somente o público interno, mas transforma todo o ecossistema. Isso nos permite identificar, simultaneamente, todos os problemas e perspectivas e nos permitir avançar mais rapidamente. A abordagem tem sido tão bem-sucedida que, com facilidade, encontramos companhias com escritórios regulares de design thinking (abordagem que coloca o ser humano no centro das soluções, com o propósito de aplicar inovação em gestão de projetos e criar com agilidade) incorporadas em seus programas de mudança cultural.
Revisitando processos e execuções: este cenário desafiador também é marcado por algumas mudanças em nosso pensamento sobre como executar e sobre como obter insights de dados que você deve orientar sua empresa para poder aproveitá-los. Isso significa eliminar qualquer aresta para seus dados ou procedimentos. A troca de informações é um componente crucial do processo de transformação, e cada empresa tem inúmeras formas de capturar dados, desde registros de manutenção de equipamentos até informações capturadas por sensores. Devemos ser consistentes sobre dados capturados, em toda a empresa. Isso nos ajuda a nos manter ágeis. É preciso estar atento à dinâmica do mercado, e garantir que os processos ofereçam o tempo rápido necessário para atender as demandas.
Mudar sem alterar o DNA: ao mesmo tempo que nos esforçamos para garantir que mantenhamos uma mistura de culturas em todas as camadas do negócio, não podemos nos esquecer da nossa essência. A pandemia nos forçou a aprimorar outras habilidades – não apenas dependendo do vídeo para nos conectarmos com nossos colegas, mas também ter empatia pelas situações dos indivíduos. É essencial cuidar da sua equipe e entender que as pessoas têm prioridades diferentes em vários momentos do dia. Isso significa adaptar sua agenda de acordo com a situação. Confie em seu time para ser produtivo, mas esteja ciente de que seu dia de trabalho pode parecer diferente agora – e aprender a ouvir mais.
Apesar de tudo, foram dois anos de muito aprendizado: olhando para trás, transformamos muitos desses desafios em mudanças culturais positivas, significativas de dentro para fora. E conseguimos fazer isso sem abrir mão do nosso DNA que, no fim, nos tornam únicos. Para que a transformação digital seja bem-sucedida, é crucial trazer toda a empresa com você, seus clientes e todo o seu ecossistema. Mas ainda é apenas o começo – a transformação é um processo contínuo – que começa e termina com as pessoas e como elas usam os dados que você disponibiliza a elas.
(Fonte: Alex Takaoka é diretor de Vendas da Fujitsu do Brasil).