Vivaldo José Breternitz (*)
A Federal Trade Commission (FTC) é o órgão do governo americano responsável pela manutenção do ambiente de livre competição.
A FTC acaba de entrar com uma ação judicial visando impedir que a Meta, empresa mãe do Facebook, adquira uma empresa de realidade virtual chamada Within.
Especificamente, a Meta está interessada no Supernatural, um aplicativo de fitness desenvolvido pela Within que utiliza realidade virtual – o Supernatural comporia o metaverso, que a Meta pretende criar.
Segundo a FTC, a Meta diminuiria substancialmente a concorrência, podendo até monopolizar o mercado de fitness baseado em realidade virtual, caso lhe se fosse permitido comprar a Within.
A Meta, por sua vez, disse que a ação acontece por razões especulativas e ideológicas, estando a FTC enviando uma mensagem assustadora a todos que desejam inovar nessa área; a empresa diz estar convencida que a concretização do negócio será boa para todos os envolvidos.
A ação chega em um momento delicado para a Meta, que pela primeira vez em sua história fechou um trimestre com queda de receita. Nesse mesmo período, a empresa gastou US$ 2,8 bilhões com o Reality Labs, sua divisão de tecnologia do metaverso, tendo seu chefe, Mark Zuckerberg, dito recentemente a investidores que acredita que a divisão continuará gerando prejuízos num período que estima ser de três a cinco anos.
Zuckerberg disse aos investidores que planeja controlar fortemente as despesas da Meta, reduzindo o crescimento do número de funcionários (e provavelmente demitindo) nos próximos meses, esperando que a empresa faça mais com menos recursos.
Ao que parece, a Meta está mesmo vivendo um inferno astral.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.