91 views 2 mins

A Meta e o metaverso

em Tecnologia
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Talvez como forma de reação aos problemas que vem sofrendo, dentre eles a perda de usuários e pressões de políticos e da justiça em diversas partes do mundo, a Meta, antigamente chamada Facebook, vem fazendo um ruído enorme em torno do metaverso, um universo virtual que pretende implantar e que até agora não se sabe exatamente como funcionará.

Vivaldo José Breternitz (*)

Em uma nota postada no Facebook e dirigida aos funcionários, Mark Zuckerberg, o chefão da Meta, delineou um novo conjunto de posturas às quais ele quer que os funcionários da empresa adiram. Zuckerberg diz que os funcionários da Meta devem “se mover rápido”, “construir coisas incríveis”, “viver no futuro” e “focar nos impactos de longo prazo”.

Segundo o jornalista Stan Schroeder, essas pérolas de sabedoria soam bem, embora signifiquem muito pouco se a corporação não criar um ambiente no qual seus funcionários possam realmente agir de acordo com elas, sendo claro que o Facebook nem sempre fez isso, a menos que “impactos de longo prazo” signifique “maiores lucros no futuro.”

Zuckerberg lançou também a expressão “Meta, Metamates, Me”, que segundo ele “é sobre sermos bons administradores de nossa empresa. É sobre o senso de responsabilidade que temos por nosso sucesso e pelo dos nossos companheiros de equipe. Trata-se de cuidar da nossa empresa e uns dos outros.”

Essa expressão é derivada de “ship, shipmates, self” que no ambiente naval significa que o navio é a prioridade máxima, seguida pelos demais marinheiros e por último pelo próprio marinheiro, deixando claro que Zuckerberg espera que os funcionários devem primeiro considerar o bem-estar da empresa, depois o bem-estar dos colegas de trabalho, depois o seu próprio bem-estar.

Posturas como essas certamente não contribuem para o bem estar da sociedade como um todo e talvez sejam a confirmação de que a empresa realmente está vivendo um inferno astral.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.