Comissão da reforma política aposta em diálogo com Senado
A reforma política pretendida pela comissão especial recém-instalada na Câmara vai depender de diálogo com os senadores para virar realidade, avaliaram o relator da comissão, deputado Vicente Cândido (PT-SP), e o presidente do colegiado, deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) Os deputados pretendem mudar o financiamento de campanhas e o sistema eleitoral. “A última experiência nossa foi muito ruim, teve uma dissintonia muito grande com o Senado”, avaliou Vicente Cândido. Em 2015, a Câmara aprovou uma proposta que mudou vários pontos do sistema político, com a previsão do fim da reeleição, legalização de doações empresariais, redução da idade mínima para candidatos, entre outros. De todas as alterações aprovadas na Câmara, apenas uma passou no Senado: a janela partidária. Esse mecanismo permitiu a possibilidade de desfiliação, sem perda de mandato, em uma janela de 30 dias antes do fim do prazo de filiação exigido para as candidaturas. Agora está mais avançada a discussão sobre reforma política no Senado, que já aprovou na Comissão de Constituição e Justiça uma proposta com alteração em seis pontos, que está pronta para ir ao Plenário e, se aprovada, segue para a Câmara. Ela prevê perda de mandato para quem sair do partido, extingue as coligações nas eleições de deputados e vereadores e cria uma cláusula de barreira que exige votação mínima em 14 estados para que os partidos tenham representantes no Congresso. O Senado, no entanto, não atacou um dos pontos que a Câmara pretende alterar: a forma de eleição de deputados. Em discussão neste momento está a adoção do sistema de lista fechada – em que o eleitor vota no partido e as cadeiras da Câmara são distribuídas na ordem de uma lista determinada pelos partidos antes das eleições. Isso evitaria, por exemplo, que candidatos do mesmo partido disputem entre si o mesmo eleitorado (Ag.Câmara). |
Proposta que amplia ensino inclusivo vai a votação no SenadoEm reunião marcada para terça-feira (1), a Comissão de Educação do Senado deve votar projetos que alteram a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, sendo o primeiro deles o projeto do senador Romário (PSB-RJ), que impõe aos sistemas de ensino a obrigatoriedade de desenvolver e implantar programas de atendimento educacional a jovens e adultos com deficiência. Esses programas seriam feitos em parceria com a família e por meio da articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos. O relator, senador Paulo Paim (PT-RS), observa que o Plano Nacional de Educação (PNE), já estabelece importantes estratégias para inclusão de jovens e adultos com deficiência em ambientes educacionais. No entanto, faltaria adequar a a essas metas. “A proposição preenche importante lacuna na legislação e, mais que isso, pode tornar melhor a vida de jovens e adultos com deficiência e impactar positivamente os padrões de convivência e de inserção social no Brasil”, defendeu o relator. Outro projeto na pauta da comissão aumenta a frequência mínima exigida na educação básica para aprovação. Atualmente, são necessários 75% de frequência para que os alunos dos níveis fundamental e médio passem de ano. O projeto eleva esse índice para 85%. O autor da proposta, o então senador Wilson Matos (PR), argumentou que as ausências impactam o desempenho, os resultados apresentados pelos estudantes e, consequentemente, os índices de qualidade da educação brasileira. O relator, senador Alvaro Dias (PV-PR), é favorável ao projeto. Para ele, a obrigatoriedade de se frequentar um número mínimo de horas letivas não deve ser encarada como punição, mas deve ser vista em sua dimensão pedagógica, como condição para que a aprendizagem efetivamente aconteça, através da participação do estudante nas atividades escolares programadas (Ag.Senado). Antecipação de feriados nacionais para segundas-feirasPara minimizar os prejuízos que os feriados provocam no setor produtivo, o senador Dário Berger (PMDB-SC) quer antecipá-los para as segundas-feiras. De acordo com o projeto de sua autoria, sempre que um feriado cair entre terça e sexta-feira será antecipado para a segunda-feira. A proposta não afeta os feriados de datas simbólicas como 1º de janeiro, 1º de maio, 7 de setembro e 12 de outubro, nem Natal, Carnaval, Corpus Christi e Sexta-feira Santa. A medida também não valerá para os feriados que caírem aos sábados e domingos. Levantamento da empresa de consultoria global norte-americana Mercer mostra que o Brasil é o 7º colocado em números de feriados no mundo. O país tem, ao todo, 12 feriados nacionais. Ao justificar o projeto, Dário Berger afirmou que o excesso de feriados é nocivo para empresas, trabalhadores e para a arrecadação dos governos. Segundo o parlamentar, é quase uma tradição do povo brasileiro estender os feriados, e tal comportamento compromete o trabalho nos dias úteis seguintes. “A intenção de impedir o prolongamento desarrazoado dos dias não trabalhados e de manter “a roda da economia girando” é especialmente relevante em situações de grave crise econômica como a que ora enfrentamos”, disse. O projeto foi recém apresentado no Senado e aguarda recebimento de emendas na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (Ag.Senado). Ocupação de escolas poderá prejudicar a realização do EnemIntegrante titular da Comissão de Educação da Câmara, o deputado Caio Narcio (PSDB-MG) alertou que a permanência da ocupação de escolas poderá prejudicar milhares de alunos que não concordam com o movimento e se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os próximos dias 5 e 6. O ministro da Educação, Mendonça Filho, fez um apelo aos organizadores dos movimentos de ocupação para que prevaleça o bom senso, a responsabilidade com a educação e, fundamentalmente, com a vida e a segurança dos jovens. Na avaliação de Caio Narcio, a ocupação, apesar de representar um ato natural na democracia, gera insegurança. “Existem pessoas que se manifestam contra as ideias que estão sendo propostas. O que não pode acontecer é um tirar o direito do outro. As pessoas têm direito de fazer os seus manifestos, mas precisam respeitar o espaço do próximo”. Se até a próxima segunda-feira (31), não houver desocupação das escolas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela aplicação do exame, terá de suspender as provas nesses locais e marcar nova data. Para o deputado, é importante que se respeitem as divergências e que se abra um diálogo para que o assunto possa ser discutido. De acordo com o tucano, é necessário fazer um “meio termo” da situação e respeitar a maioria das opiniões. “Não é justo que algumas pessoas possam tirar o direito das outras, que estão se preparando e correm o risco de terem suas provas adiadas”, afirmou (psdbnacamara). | Agnelo Queiroz se torna inelegível por oito anosO ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), se tornou inelegível por oito anos, conforme decisão dos desembargadores do TRE-DF por 4 votos a 3. O vice do petista, Tadeu Filipelli, e seu ex-secretário de Comunicação, o jornalista André Duda, também receberam a mesma sentença. Os três foram condenados por utilizarem os recursos do governo do Distrito Federal (GDF) para fortalecer a campanha de Agnelo à reeleição, em 2014. Eles também devem pagar multa de R$ 30 mil cada um. Cabe recurso da decisão. O presidente do TRE-DF, desembargador Romeu Gonzaga Neiva, que proferiu o voto de desempate pela condenação, escreveu em sua decisão que os acusados utilizaram a Agência Brasília, agência de notícias institucional do governo distrital, em benefício próprio. “As matérias ditas jornalísticas possuem notória conotação de publicidade efetivada para a divulgação de atos, obras e programas de governo”, escreveu Gonzaga Neiva. A defesa de Agnelo alega que os conteúdos tinham caráter apenas informativo e jornalístico. Em 2014, a chapa formada por Agnelo e Filipelli não conseguiu votos suficientes para ir ao segundo turno, que foi disputado por Rodrigo Rollemberg (PSB), atual governador eleito, e Jofran Frejat (PR). O ação no TRE foi movida pela coligação Somos Todos Brasília, de Rollemberg, e alega que a página oficial e a conta no Facebook do GDF foram utilizadas por Agnelo para realizar “publicidade vedada de serviços não essenciais”. A decisão possui efeito imediato, mesmo em caso de pedido de recurso ao TSE (ABr). Proibição para venda de carne previamente moídaA Comissão de Defesa do Consumidor da Câmar aprovou projeto que proíbe a venda direta ao consumidor de carne previamente moída. A proposta é de autoria do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB) e recebeu parecer favorável do relator, deputado Aureo (SD-RJ). O autor explicou que o Ministério da Agricultura emitiu em 2003 uma instrução normativa com regras específicas e restritivas para a comercialização de carne bovina, incluindo a moagem. A carne moída, por exemplo, deve ser embalada imediatamente após a moagem, devendo cada pacote do produto ter o peso máximo de um quilo e ser mantido sob resfriamento à temperatura de 0ºC a 4ºC ou, quando congelada, a -18ºC. Para o relator, essas regras dificilmente são seguidas pelos açougues, o que torna a comercialização da carne moída um risco para os consumidores. “Vemos como uma boa solução a medida proposta no projeto, pois a proibição da venda de carne previamente moída elimina a maior parte dos riscos associados ao produto”, disse Aureo. De acordo com a proposta, os estabelecimentos comerciais deverão moer a carne na hora da venda e na presença do consumidor, vedada a cobrança de acréscimo ou taxa. A proibição não se aplicará às carnes moídas industrializadas, desde que vistoriadas por órgão competente e portando os devidos selos de qualidade. O projeto, que já havia sido aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, tramita em caráter conclusivo e será analisado ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (Ag.Câmara). Em defesa de tratamentos para AVC e psoríaseA senadora Ana Amélia (PP-RS) registrou que neste sábado (29), é comemorado o Dia Mundial de Combate ao AVC e o Dia da Prevenção da Psoríase, doença inflamatória crônica, autoimune, relativamente comum entre a população. A psoríase não tem cura, mas tem tratamento. E também não é contagiosa. Em alguns casos, prosseguiu a senadora, a psoríase causa impacto estético, pois pode se espalhar pelo corpo e pelo rosto, causando manchas vermelhas na pele, com escamas secas, queimação e dor. Às vezes com sangramento e coceira. Já o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é a segunda principal causa de morte no Brasil e a principal que deixa sequelas. São 100 mil óbitos no país por ano e a Organização Mundial de Saúde recomenda, como prevenção, o controle de fatores de riscos, que são hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, arritmia cardíaca e histórico familiar de doenças cardiovasculares. “AVC tem tratamento e é uma emergência médica. Quanto mais rápido o atendimento, maiores são as chances de se reduzir sequelas. Pacientes que são atendidos na primeira hora do início dos sintomas reduzem em 80% as chances de uma sequela permanente, além também de se reduzir a mortalidade”, afirmou (Ag.Senado). |