O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que, se voltar ao país, será preciso “organizar, como na Venezuela, milícias armadas do povo”. Na Venezuela, a milícia bolivariana é composta por civis e ex-oficiais militares e funciona como uma espécie de tropa de choque do presidente Nicolás Maduro. Morales está asilado na Argentina há um mês. Ele deixou a Bolívia no dia 10 de novembro do ano passado, após renunciar ao cargo de presidente.
Ontem (13), a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, reagiu às declarações de Morales. “A paz, a reconciliação e a democracia nunca foram opções para ele [Morales]. Diante da intenção de semear o terror e a violência, apenas encontrarão o povo boliviano unido e, frente às ameaças, nossa mais profunda vocação democrática”, escreveu Jeanine em mensagem no twitter.
Evo Morales afirmou ainda que seu erro foi não ter um plano alternativo para os conflitos que tomaram conta do país após as eleições. “Estávamos muito confiantes. O grande erro foi que não tínhamos um plano B”. Na opinião do vice-ministro de Coordenação e Gestão Governamental, Israel Alanoca, as declarações de Morales buscam semear o confronto entre bolivianos e tornam evidente seu desejo de incentivar a rebelião no país (ABr).