O Tribunal Supremo da Espanha condenou ontem (14) políticos da Catalunha a penas que vão de nove a 13 anos de prisão por causa do plebiscito separatista de outubro de 2017, que culminou em uma declaração unilateral de independência considerada ilegal por Madri.
A pena mais alta foi dada ao ex-vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras. Já o ex-porta-voz da Presidência, Jordi Turull, o ex-secretário catalão das Relações Exteriores, Raül Romeva e a ex-secretária do Trabalho, Dolors Bassa, pegaram 12 anos de cadeia.
A ex-presidente do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell foi condenada a 11 anos e seis meses de reclusão; e os ex-secretários do Interior Joaquim Forn e do Território, Josep Rull, a 10 anos e seis meses. Já Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, presidentes de duas entidades da sociedade civil que organizaram protestos separatistas, pegaram nove anos de prisão.
Segundo o Tribunal Supremo, os réus cometeram um delito de sedição (sinônimo de desordem ou revolta) ao tentar declarar a independência da Catalunha de maneira “ilegal”. Para alcançar esse objetivo, utilizaram recursos públicos e o apoio das entidades separatistas Assembleia Nacional Catalã e Òmnium Cultural, presididas por Sánchez e Cuixart, respectivamente, e que lideraram a mobilização da sociedade civil.
Em autoexílio, o ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, chamou a decisão do Tribunal Supremo de “aberração”. Junqueras, por sua vez, disse no Twitter que os independentistas voltarão “mais fortes e convictos do que nunca”. O Barcelona, clube identificado com a causa catalã, também protestou contra a sentença e afirmou que a condenação não ajudará a resolver o problema. “A resolução do conflito na Catalunha deve ocorrer exclusivamente por meio do diálogo político”, disse a equipe blaugrana. Milhares de pessoas já saíram às ruas de Barcelona para protestar contra a sentença (ANSA).