#Tenha Cicatrizes_11_07_2019_Porque temos que falar de PETS nos Negócios e no Trabalho

em #tenhacicatrizes
quarta-feira, 10 de julho de 2019
Yuri Cunha temporario

 Porque temos que falar de PETS nos Negócios e no Trabalho

Yuri Cunha temporario

Yuri Lazaro de Oliveira Cunha

Yuri Lazaro de Oliveira Cunha (*)

Levar animais de estimação para o trabalho parece ser uma ideia que divide opiniões.
Quem adora animais terá uma grande satisfação e tranquilidade de ter seus animais por perto.

No entanto, há muitas pessoas que simplesmente detestam animais, tem medo/fobia ou não conseguem chegar perto por causa de alergia.

Ambientes de trabalho pet-friendly são uma tendência! Como um amante e defensor de animais, acredito que é muito importante trazermos este tema para a pauta dos RH`s e de Marketing.

Antes de falarmos de números, precisamos ter empatia! Para mergulharmos neste mundo e entendermos o contexto, é essencial aceitarmos a seguinte premissa:
Para os donos o animal de estimação é como um membro da família!

A vida dos animais se confunde com a vida de seus donos, para alguns casais os animais são como filhos. Mais de 85% dos donos de Pets, consideram os animais como integrantes da família (COHEN, 2002). Além de considerar que nos Estados Unidos 62% dos domicílios tem pets (Departamento de Censo do Governo dos Estados Unidos, 2018).

Uma pesquisa recente apontou que 44% dos Millennials vem seus animais como crianças.

É uma enorme oportunidade para marcas!

Qual é o tamanho do mercado pet?

O Brasil é o terceiro maior mercado pet (perdendo apenas para Estados Unidos e Reino Unido) estima-se um faturamento de cerca de 20,7 Bilhões de reais em 2018, segundo a Euromonitor.

É estimado que o mercado global atinja a impressionante cifra de 202,5 Bilhões de dólares em 2025, com um crescimento médio anual vigoroso de 5% ao ano (GRANDVIEW RESEARCH, 2018).

Agora precisamos olhar duas perspectivas: ambiente pet-friendly para consumidores (restaurantes, shoppings, hotéis, lojas, bancos… etc) e ambiente pet-friendly para colaboradores.

Politicas Pet-Friendly geram grande buzz, melhoram a percepção de marca pros clientes e enquanto marca empregadora e ainda é praticado por poucas empresas.

Por isso é essencial entender a importância desta perspectiva para os consumidores e os colaboradores.

Porque oferecer um ambiente pet-friendly para o meu consumidor?

Além de melhorar o clima dos colaboradores, existe um apelo gigantesco para os consumidores. Se você não gosta de cães, pelo menos cogite o enorme ganho que isso gera para a marca! Tanto pela experiência do consumidor e quanto o apelo de marca empregadora.

Opinião 1 – Permitir cães na sua empresa constrói um grande diferencial de maneira barata enquanto marca empregadora.

A Amazon tem uma politica Pet-Friendly robusta em sua sede em Seattle, que tem cerca de 4 mil animais registrados. São disponibilizados biscoitos e potes com água, inclusive os animais tem até ilustrado as paginas da Amazon, com pedidos de desculpas!

Eles tem até um post no Blog da Companhia: Cachorros na Amazon!

Na pesquisa de Wells e Perrine (2001) eles descobriram que os animais de estimação relaxavam e entretinham os clientes.

Recentemente, procurei um banco pra abrir uma conta nos EUA. Após visitar vários me encantei com o TD Bank, eu abri uma conta no TD Bank, que é muito forte na costa leste americana e no canada.

Mas o fator decisivo foi: além do pacote de serviços, cães são bem vindos! E pra quem é um amante de cães, isso, certamente traz uma memória afetiva muito forte.

Um lugar que é bom para cães é bom para mim também!

#associação

Lembre-se não é só discurso! É a ação, que aliás é super barata e tem um impacto enorme! Ao entrar na agência encontrei um pote de água. E na bancada de caixas uma caixa com biscoitos! Pronto, foi o suficiente para ganhar um cliente!

Porque oferecer um ambiente pet-friendly para o meu funcionário?

Cohen e Davis (p. 30, 2012) afirmam que os animais de estimação “ajudam a melhorar o humor e até mesmo a baixar a pressão arterial”.

Suddath (2012) menciona que 17% das empregadores Norte-Americanos permitem pets no trabalho. Alguns exemplos, são o Google, Ben & Jerry`s, a Amazon, entre muitos outros. No Brasil, a Viva Real, a Mars e tem até posto de gasolina que tem o seu amado mascote!

Um exemplo nacional incrível é o portal zap imóveis/viva real tem uma Pet, a mascote Dalila, que fica em todas as áreas. E 1 dia por ano tem o “Dalila`s Day” onde a empresa convida os colaboradores a trazerem o pet.

Uma pesquisa apontou que 65% dos respondentes cogitariam aceitar um salário menor em uma empresa que aceitasse levar o cachorro para o trabalho (Evans, 2013).

Opinião 2 – Do ponto de vista de recrutamento e retenção de funcionários, permitir cães no escritório faz com que o empregador diferencie-se de forma barata dos concorrentes.

Em resumo:

Principais pontos positivos:

Os cães melhoram o humor: Estudos mostram que ter um animal de estimação pode diminuir os sintomas da depressão e ajudá-lo a manter uma visão otimista;

Cães diminuem o estresse: trabalhadores mostraram níveis de estresse significativamente menores quando foram autorizados a levar os animais para o trabalho;

Os amantes de animais tem mais oxitocina: o tempo gasto com animais de estimação aumenta o nível do hormônio oxitocina, freqüentemente chamado de “hormônio do amor”;

Animais melhoram o local de trabalho: segundo uma pesquisa da Universidade de Michigan, os animais aumentam confiança e colaboração entre os colegas de trabalho;

Colaboradores ficam dispostos a trabalhar mais, receber salários menores e trocar de empresa devido a politicas pet-friendly: Quando questionados sobre horas extras, os funcionários apresentam maior flexibilidade, pois, não precisaram contratar alguém para cuidar do pet e/ou correr para casa pra levar o cachorro para passear;

Politicas de boas vindas aos animais melhora a percepção da marca e aumenta o fluxo de clientes: empresas que implementaram praticas pró-animais, apresentam resultados melhores do que aquelas que não implementaram.

E os riscos e contras:

Funcionários e clientes podem ter alergias (15% a 20%) e fobias de animais (3% a 7%);

Lesão a colaboradores e consumidores: Mordidas e Arranhões podem acontecer, por isso, é necessário discutir com o jurídico as implicações legais e considerar isso no seguro da empresa;

Sensibilidade Cultural: O Islamismo não é favorável a cães como animais domésticos, na Coréia do Sul e Vietnã cães são alimento, além disso, outras diferenças culturais, podem entender animais como algo negativo;

Comportamento dos donos e dos animais: Questões como dejetos, barulho (latidos e miados) e boa convivência entre os animais. Podem também ocorrer avarias em mobiliário e materiais. Em casos de animais agressivos, os donos devem ser alertados e estes animais proibidos de adentrar no ambiente;

É algo complexo: a discussão deve incluir vários departamentos, como RH, Marketing, Relações Publicas, Jurídico, Financeiro, Compras,

Segurança e Facilities, pois, os impactos destas politicas devem ser considerado, sobre várias perspectivas. Por isso, para evitar problemas é essencial deixar claro as expectativas e regras da politica pet-friendly.

É necessário definir uma área/zona livre de animais, para pessoas alérgicas e com fobias;

É necessário verificar se o contrato de locação do escritório e o condomínio empresarial permitem a entrada de animais;

É necessário verificar se o escritório é seguro para cães;

É recomendável criar dias para trazer os animais e definir um comitê pet-friendly para discutir questões complexas.

E você… Qual é a sua opinião sobre trazer animais para o trabalho?

Aproveite para marcar nos comentários o seu colega de RH, Marketing, Gestão, Facilities ou outras áreas que você acha que deveria ler este artigo!

(*) É Membro dos Empreendedores Compulsivos. Doutorando em Administração e Analise de Tecnologia pela EAESP/FGV. Mestre em Estratégia Empresarial EAESP/FGV. Fundador da YLX – Boutique de Treinamento e Consultoria. Coordenador da pós de projetos e da pós da vendas da BSP – Business School São Paulo. Professor da ESPM, Belas Artes, Metodista, UNIFACS e Senac. Nos últimos anos trabalhou em projetos de algumas das mais prestigiadas organizações empresariais do mundo.