Alessandro Saade (*)
Este foi o meu saldo do Web Summit Rio! E claro, muitas oportunidades de parcerias e soluções de impacto social e inclusão produtiva!
Muita conversa sobre Inteligência Artificial, Diversidade e Inclusão, Sustentabilidade Ambiental, ChatGPT, Educação, Comunicação, Funding, startups, startups e mais startups. Um pitch a cada minuto em cada esquina.
Vou pinçar algumas provocações que nem de longe resumem o evento, mas que entendo, ajudarão a dar um pano de fundo que foi e a trazer algumas provocações e incômodos a você, assim como senti.
Uma mesa redonda bem curiosa com o tema MANTENDO UMA CULTURA DE EMPREENDEDORISMO teve como participantes Gabriel Braga (QuintoAndar), Roberto Marinho Neto (Globo Ventures) e Luiza Trajano (Magalu), moderados pela competente jornalista Maria Prata.
Nela vimos estilos e enfoques bem distintos: Roberto Marinho com uma visão de suporte à tração e ao crescimento das startups que em algum momento vão se solidificar, Gabriel Braga trazendo os desafios de tocar um unicórnio num momento de grande pressão nas empresas de tecnologia e a Luiza Trajano falando de gente e de cultura. E pedindo, do palco, para as pessoas comprarem no app do Magalu! Cultura de vendas na veia!
Trouxeram provocações como “Tolerância ao erro é obrigatória” na fala do Gabriel Braga, “Investimos na atitude do empreendedor” na fala do Roberto Marinho, “Capital de giro às vezes você tem, às vezes não tem. O que não pode é perder a cultura” na fala da Luiza Trajano.
Outra palestra que destruiu meus preconceitos foi a da empresária e influencer, Bianca Andrade, a Boca Rosa. Jamais esperava uma fala tão fundamentada, consciente, estruturada e ampla. com o tema CRIANDO UMA INFLUÊNCIA POSITIVA ela trouxe a provocação “Que os valores na internet sejam maiores que os números.” Sua fala trouxe a questão do esgotamento digital, da relação com haters, da responsabilidade de quem influencia e de planejamento, perseverança e paciência. Deixou claro que os resultados dos negócios de influência digital precisam de maturação, bem diferente da reação imediata de likes e comentários, na interação com suas postagens.
Na mesa redonda UM DESIGN PARA A VIDA, Brian Collins e Dan Gardner, grandes profissionais com visões bem distintas do uso do design, fizeram, ao meu ver, uma das melhores e mais diversas conversas do Web Summit. Discordando claramente de pontos de vista, uso e expectativas sobre o design, mas claramente ambos apaixonados pelo que fazem.
Gardner foi técnico sobre o seu uso, afirmando que “Por meio do design você atende a necessidades e desejos.” Seu contraponto, na provocação do Collins vem forma e do uso: “É mais eficiente fazer benchmark de outro app ou da vida real?”, que antes do término da palestra ainda nos brindou com a forma pela qual ele lida com a tecnologia e a vida: “Mantenha sua visão periférica bem ampla para perceber o todo, em vez de ficar preso numa telinha.”
E por fim, Alain Sylvian com sua palestra O QUE É MAIS IMPORTANTE: CRIATIVIDADE OU TIMING?, foi extremamente feliz na condução de uma palestra dinâmica e cheia de provocações, sobre o uso da criatividade e a necessidade dela estar dentro de um contexto. Trouxe exemplos na música, nos esportes, nos negócios, de como o momento correto separa o sucesso inesquecível da falha a ser aprendida, bem no momento em que encontrava meu querido amigo Romeo Busarello me lembrando de um projeto inovador no ensino superior que lancei antes do tempo. 20 anos antes. Mas tenho que encerrar este Radar do Saade voltando ao genial Sylvian, que fechou sua fala com uma frase genial, que acho que vou tatuar no meu braço: “ A criatividade só existe no contexto do tempo. Tempo é uma ilusão. Timing é uma arte!”
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(*) É Fundador dos Empreendedores Compulsivos, é também executivo, autor, professor, palestrante e mentor. Possui mais de 30 anos de experiência atuando com grandes empresas e startups brasileiras, tornando-se referência no universo do empreendedorismo no Brasil. Formado em Administração pela UVV-ES, com MBA em Marketing pela ESPM e mestrado em Comunicação e Mercados pela Cásper Líbero, especializou-se em Empreendedorismo pela Babson College e em Inovação por Berkeley. Atualmente é Superintendente Executivo do ESPRO, instituição sem fins lucrativos que há 40 anos oferece aos jovens brasileiros a formação para inserção no Mundo do Trabalho.