Renato Martinelli (*)
Em muitos treinamentos para empresas, um dos temas principais que mais aparece nos debates entre os profissionais é a tal da empatia. Diferente de simpatia, que se refere a um sentimento de afinidade que atrai e identifica as pessoas, empatia está ligada a um sentimento de compreensão e respeito pelo outro. Em outras palavras, seria sentir o que uma outra pessoa sentiria caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela.
Colocar-se no lugar do outro, pensar como se fosse a outra pessoa, considerar o que pode ser relevante na perspectiva do outro, refletir sobre as emoções e os impactos que podem ser gerados a partir de determinadas posturas e comportamentos. Parece difícil? Na prática, sim. Um dos fatores que mais se observa nas organizações é a falta de empatia e as consequências negativas que ocorrem quando as pessoas pensam somente em sua área e metas, ao invés de pensar de maneira global, considerar os sentimentos e emoções das pessoas e atuar em parceria com as áreas.
Como é que podemos trabalhar em harmonia e construir um ambiente organizacional positivo sem empatia? Parece-me uma questão imprescindível a respeito da gestão de pessoas, bem como na mais simples convivência entre colegas de profissão. Credito à produtividade, tão desejada desde sempre, um componente de empatia para chegar a melhores resultados, a partir de relações interpessoais mais saudáveis.
Segundo estudos sobre o assunto, é possível afirmar que existem quatro características da empatia:
- Entendimento de perspectiva
- Habilidade de ter a perspectiva do outro
- Reconhecer a perspectiva do outro como verdade
- Reconhecer a emoção das pessoas e se comunicar a respeito
Empatia é conexão, está relacionada com a possibilidade de sentir as pessoas. E por mais que essas características pareçam ser complexas e complicadas, podemos simplificar as coisas com algumas frases:
- Você quer ajuda?
- Como posso te ajudar?
- Como você recebe essa informação?
- Qual sua opinião sobre…?
- Como você se sente em relação a…?
- Eu sei como se sente.
- Você não está sozinho(a).
A habilidade de se colocar no lugar do outro colabora para se identificar com a pessoa, entender melhor o comportamento em determinadas situações e a forma como o outro toma as decisões. Por isso, empatia e comunicação andam de mãos dadas. Quanto maior o diálogo, maior a possibilidade de ser empático(a).
Fomos criados para viver isolados ou em sociedade? Devemos olhar apenas para o espelho ou olhar ao redor e perceber que a convivência é que nos levará à felicidade? Se a empatia está em falta no mercado, cabe aos protagonistas repensarem suas relações na vida, no trabalho e em outras esferas sociais. Não seria melhor se as pessoas que se relacionam com você te entendessem, te respeitassem, considerassem suas emoções? Então, se não posso mudar o outro, a mudança começa em você.
(*) É membro dos Empreendedores Compulsivos, Trainer de Comunicação, Propósito e Performance, e tem como foco ajudar pessoas a desenvolverem competências de comunicação para potencializar engajamento e resultados com equipes e clientes. Possui mais de 20 anos de carreira, agrega experiências e conhecimentos em empresas nos setores de Agronegócio, Automobilístico, Alimentos e Bebidas, Comércio, Construção, Farmacêutico e Químico, Financeiro e Seguros, Papel e Celulose, TI e Telecom, Varejo. É especialista em temas relacionados à Comunicação, Liderança, Gestão de Equipes de Alto Desempenho e Gestão de Conflitos, Vendas, Negociação e Articulação de Soluções.