São Paulo, 1890. A pequena vila encravada entre o Litoral e o interior possui 65.000 habitantes
São Paulo, 1900. Com o fluxo de imigrantes, a capital bandeirante conhece um extraordinário crescimento populacional e passa a 260.000 habitantes. O povoado próspero do Planalto de Piratininga abre os braços para “os de fora”. Às levas de portugueses, alemães e espanhóis, somam-se os italianos (muitos), árabes (libaneses, em especial), judeus e outros povos como os japoneses, a partir de 1910.
São Paulo inicia o Século XX com apenas um terço de sua população falando o português fluente, já que os outros dois terços eram línguas e dialetos que iam se entremeando a esta pujante e mutante lusofonia. Assim, não era nada difícil erguer-se uma majestosa Torre de Babel nos altos da (futura) Avenida Paulista.
Não foi o que aconteceu. Os `estranjas` que aqui chegavam não queriam muito mais que uma segunda chance de viver… e progredir. O pacto sócio-econômico estava implicitamente estabelecido e assim cumpriu-se a missão.
É jornalista, com extensão em Meio Ambiente pela ECA-USP; pós-graduado em Comunicação e Relações com Investidores pela FIPECAFI (FEA-USP), diretor da Virtual Comunicação, membro da Comissão Brasileira do Relato Integrado e palestrante.
São Paulo, 1970. Forjada no braço forte do imigrante, a antiga vila transforma-se na maior cidade do país, do continente e, por isso, uma das maiores do mundo.
A velha São Paulo que ainda hoje traz resquícios dos bairros “dos alemães”, “dos italianos”, “dos lituanos”, “dos judeus”, “dos armênios”, “dos japoneses”, “dos coreanos” – e por aí vai… – permeada de portugueses por todos os lados, cresceu com a força, a inteligência e a sagacidade do imigrante. Os oriundi (hoje de cada 10 paulistanos 6 descendem de italianos) e demais sucessores de outros povos só continuaram o trabalho.
São Paulo, 1980. A cidade “que não pode parar”, entretanto precisa de um novo salto. E incorpora a valente mão-de-obra nordestina. A cidade dos imigrantes, agora é também a terra dos migrantes, dos nativos, dos caipiras e tutti quanti venha para deixar sua parcela de contribuição nesta capital globalizada desde sempre.
São Paulo, 2015. Aos paulistanos e “apaulistanados”, agora somam-se argentinos, paraguaios, bolivianos (muitos), peruanos, angolanos, senegaleses e haitianos. Alguns já se ajeitam bem por aqui, outros amontoam-se em cortiços nos velhos bairros do Brás, Penha e Pari e os mais recentes (africanos e haitianos) fixam-se em provisórios galpões de fundos de igrejas.
Ora, se São Paulo é uma terra santa até no nome, por que não acomodar melhor esses novos braços fortes? Daí proponho o lançamento da “Campanha Adote um Imigrante”. Se num esforço coletivo de 500, 700 ou 800 empresas conseguirmos gerar 1 emprego por unidade empresarial, teremos uma vez mais cumprido a nossa gigantesca missão. #FICAADICA para a Associação Comercial, FIESP, CIESP, Rotary Clube ou quem quiser capitanear a causa. E por se tratar de um ideia solidária, podem ficar com autoria desta, conquanto a tornem efetiva.
Compartilhe sua reflexão conosco: [email protected].
Rebeca Toyama
Para anunciar nesta coluna ligue (11) 3106-4171 e fale com Lilian Mancuso