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Sem medo e sem ódio

em Opinião
quinta-feira, 23 de julho de 2015

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Há mais tensão no ar. Falta alegria espontânea e confiança no futuro. A insatisfação cresce

Nesta fase em que a todo o momento somos despertados pelas desgraças geradas por seres humanos, precisamos de mensagens positivas que contraponham uma luz de esperança, que despertem a capacidade humana de resistir e se sobrepor ao caos para construir beneficamente, sem medo e sem ódio. Não faz muito tempo era fácil ver as pessoas sorrindo mais, brincando mais, alegrando-se com suas conquistas mesmo nas pequenas coisas. Atualmente há mais tensão no ar. Falta alegria espontânea e confiança no futuro. A insatisfação cresce. Falta saber receber com humildade e agradecer pelas coisas que a vida oferece.

Possivelmente há nisso forte influência provocada pela instabilidade política e econômica que traumatiza o país diante da incerteza quanto ao futuro. Grandes fortunas foram aplicadas em obras de compadrio, em vez de beneficiarem o povo. A população precisa despertar e cobrar planos sérios e eficientes de melhora. A classe político-partidária não pode continuar privilegiando grupos, pois foi para propiciar a melhora geral que foi eleita como representante dos cidadãos. Mas também faltam alvos elevados para que as pessoas se livrem da insatisfação e da raiva. Corrupção, obras e investimentos mal orientados, não trazem retorno.

Os países desenvolvidos estão cobrindo déficits com emissão monetária, enquanto o Brasil o faz com financiamento caro de curto prazo, e com grande tributação no consumo. Falta dinheiro em circulação; a renda da população foi reduzida, o que torna o padrão de vida medíocre. Consumo no crediário com juros elevados que aumenta o déficit comercial. Nível de escolaridade regredindo. Uma grande enrascada. Temos de sair dela antes que o futuro chegue.

Nesse ambiente, muitas pessoas caem nas drogas como meio de aliviar o tédio e suportar a rotina pesada. Falta-lhes um projeto de vida, um alvo elevado que ocupe o tempo de ociosidade. A viciada estrutura político-partidária tem de se modificar visando a melhora das condições de vida e qualidade humana. A sociedade precisa despertar, acompanhar e cobrar seriedade e eficiência, para que não caiamos mais uma vez na involução terceiro mundista. Todos nós somos responsáveis para alcançarmos melhoras nas condições de vida e o aprimoramento. O querer tem de se transformar em ação.

Corações e mentes devem ser mobilizados por um país melhor. Lamentavelmente muitos jovens, agem com imediatismo, são rápidos no deboche, poucos pensam na vida com seriedade. O Brasil, sempre foi caracterizado como o país do futuro e da boa convivência. As novas gerações precisam de bom preparo, a começar pela alfabetização, que é a base para a leitura, redação e raciocínio lúcido, para que o apagão mental não seja ampliado.

No passado, os humanos, em seu nível de evolução, não tinham religião, se reuniam para reverenciar a natureza e os grandes e pequenos enteais: do Sol, dos ventos, e outros. Mais tarde houve o reconhecimento do Deus Único, doador da vida. Atualmente não se pergunta mais, com naturalidade e sem receios, qual é o significado da vida. O precioso tempo concedido para a evolução pessoal é jogado fora. Quando vemos a desgraceira pelos telejornais percebemos o quanto a humanidade regrediu.

A indolência espiritual levou os humanos a buscar o comodismo de apoios externos em vez de movimentar as próprias capacitações, e com isso foram surgindo cultos distanciados da Luz da Verdade, desenvolvidos por aqueles que queriam poder, domínio e prestígio. Jesus não fundou religião alguma, nem Abdruschin, autor da Mensagem do Graal, destinada a trazer esclarecimentos sobre a vida e seu significado sob a luz da verdade.

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www. library.com.br). Autor dos livros Conversando com o homem sábio; Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; e Desenvolvimento Humano ([email protected]).