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Mesmo para técnicos, o técnico não basta

em Opinião
quarta-feira, 01 de abril de 2020

Danielle Loudal (*)

Construir uma carreira de sucesso, certamente, é o objetivo da maioria das pessoas.

Independente da área, atividade ou segmento, após a busca por uma oportunidade de ingresso no mercado de trabalho, faz parte da vida profissional o foco no crescimento e desenvolvimento. Como em todo processo, há etapas e caminhos a serem trilhados. No primeiro momento, a preocupação da maioria dos profissionais é adquirir as aptidões técnicas necessárias para uma determinada atividade.

Para algumas funções, conhecer ferramentas, plataformas, linguagens ou modelos específicos torna-se prioridade. De fato, o conhecimento específico abre muitas portas em todas as áreas – e mergulhar em cursos e treinamentos para se tornar melhor em uma determinada atividade faz parte da rotina de todo profissional que deseja uma carreira ascendente. No entanto, desenvolver somente o técnico não é garantia de sucesso.

Cada vez mais, mesmo em atividades predominantemente técnicas, a questão comportamental torna-se um dos fatores mais avaliados pelas empresas. Saber se relacionar com o time, ter autonomia para a tomada de decisão, responsabilizar-se pelas ações, assumir a liderança em momentos difíceis são os requisitos que darão a base para uma carreira de sucesso. As habilidades técnicas sempre irão ser necessárias e a atualização será fundamental.

Porém, o que proporcionará uma carreira ascendente será o conjunto deste conhecimento com as habilidades comportamentais. Mesmo em empresas que apresentam plano de carreira em Y, na qual o profissional pode optar por seguir para uma linha gerencial ou se tornar um especialista em uma determina área, os fatores comportamentais serão os determinantes para o sucesso.

São eles que ajudarão a atender outras necessidades do mundo corporativo: o alinhamento com a cultura da empresa para a qual se trabalha e a interação com as áreas de negócio. Porém, de nada basta ter conhecimento técnico e habilidades comportamentais, se não acreditar no propósito da empresa ou se não se interessar pelos objetivos da companhia. Uma empresa apenas atinge suas metas se os seus colaboradores, cada um na sua função, construam as suas bases.

Ou seja, todos fazem parte da estratégia e precisam saber a direção para onde seguir. Ao estar alinhado com o propósito, conhecer a estratégia e saber como a sua função contribui para alcançar o objetivo, cada colaborador pode fazer uso da sua autonomia e de seu conhecimento técnico para ajudar a empresa a avançar.

Como fazer isso na prática? A principal ferramenta, e a mais básica de todas, é a comunicação. Se não há um modelo de comunicação interna estruturado na empresa, cabe ao profissional questionar. É preciso ser curioso e questionador. É preciso querer saber mais sobre a empresa, sobre os objetivos, sobre o propósito.

Cada um é protagonista da própria carreira. Não é a empresa que “dá” a promoção para um colaborador. A empresa precisa, e deve, oferecer todo o apoio para o desenvolvimento e crescimento das aptidões técnicas e comportamentais, além de manter uma comunicação aberta, clara e transparente.

Porém, aproveitar estas oportunidades para se desenvolver e crescer depende da postura e da vontade de cada um.

(*) – É gerente de RH da Luz Soluções Financeiras (www.luz-ef.com).