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Fui demitido, e agora?

em Opinião
terça-feira, 15 de março de 2016

Daniela do Lago (*)

Tema muito presente no noticiário brasileiro dos últimos meses, o aumento do desemprego é um dos principais indicadores de que um país está em crise.

No mês passado, o IBGE divulgou que o país atingiu 9,1 milhões de desempregados no trimestre entre setembro e novembro de 2015. Isso quer dizer que 9% da população está sem trabalho, é o maior índice desde 2012, para o período. A primeira atitude é não ficar lamentando e utilizar a conjuntura atual como desculpa, afinal o que o profissional faz com a sua demissão é decisivo para o sucesso ou o fracasso.

Pensando nisso, preparei algumas dicas para ajudar quem foi demitido a sacudir a poeira e tentar novos desafios em um cenário de crise econômica:

1 – Não duvide de seu talento: Jamais duvide do seu profissionalismo e de sua capacidade de ser útil numa organização. Se nesta última empresa essas características positivas não foram reconhecidas e utilizadas, esteja certo de que em outra terá a oportunidade de mostrar suas competências.

2 – O que passou, passou e “bola pra frente”: Não há como mudar o passado. Ficar se questionando porque não agiu de outra forma ou ficar lamentando porque as coisas não correram como você esperava é improdutivo e não mudará a realidade.

3 – Não culpe o mundo corporativo pelo que lhe aconteceu: Isso seria uma lamentável generalização. Não se despreza a música porque um cantor desafinou. Não se deixa de admirar o cinema porque alguns filmes não agradaram. Há ótimas empresas e ótimos empregos. Além disso, convenhamos que não foi o trabalho que o prejudicou.

4 – Agilize o envio de seu currículo para toda sua rede de contatos: Porém, não espere decisões rápidas, seja paciente. Procure participar de vários processos seletivos, essa é uma prática comum no mercado e não fique ansioso, pois a resposta pode demorar. Enquanto você aguarda o retorno de um contato feito, continue incansavelmente com sua campanha de recolocação, fazendo aquilo que chamamos de network.

5 – Não abuse das “Fugas”: Algumas pessoas têm uma tendência irresistível de compensarem suas preocupações com “fugas”, ou seja, atividades que lhes dão enorme prazer e que supostamente ajudam-nas a esquecer ou suportar melhor problemas reais, como dormir o dia todo ou até mesmo abusar da bebida. Como tudo na vida, a moderação e o bom senso devem nortear o seu contato com a realidade: às vezes, em certas circunstâncias, pode até ser divertido fugir. Outras vezes, o remédio é enfrentar mesmo a realidade.

Recomendo que mesmo que permaneça em casa, seu dia deve ser encarado como um dia normal de expediente profissional. Você deve agir, portanto, como se estivesse trabalhando. Além disso, a qualquer momento, você precisará falar com alguém interessado na sua contratação, seja por telefone, seja pessoalmente. Nesses momentos, sua prontidão será decisiva.

6 – Nem tudo está bem, mas também não é o fim do mundo: As situações devem ser tratadas conforme sua natureza e vivenciadas com a intensidade que lhes for adequada. Nem mais, nem menos. Não estou dizendo para simplificar o que é sério, muito menos dramatizar o que é simples. Encare a realidade com a devida responsabilidade e seja espontâneo com seus sentimentos.

Quando estiver num processo seletivo, de nada vai adiantar tentar artificializar suas atitudes para mostrar ao entrevistador que está tudo bem e que não está preocupado com sua situação, pode passar a imagem de um irresponsável, bem como demonstrar um ar dramático de vítima despertará compaixão e venderá a imagem de “um pobre coitado”. Mostre-se você mesmo, adequando seu comportamento ao momento. Se for a uma festa, divirta-se. Se for a uma entrevista, encare-a com seriedade e profissionalismo.

Tenho certeza de que você conseguirá dar a volta por cima num curto espaço de tempo.

(*) – É coach de carreira, palestrante, professora dos cursos de MBA da FGV nas disciplinas de Gestão de Pessoas, Comportamento Organizacional, Comunicação e Relacionamento Interpessoal. Escritora, lançou “Despertar Profissional”, pela Editora Integrare, com práticas de comportamento no trabalho.