Tatiana Schuchovsky Reichmann (*)
A economia brasileira vive um momento de recuperação nos últimos anos e são muitos os fatores combinados que resultam na mudança dos índices econômicos. Um dos elementos principais desta movimentação do cenário é o acesso ao crédito. Ao considerá-lo como um dos propulsores do poder de compra, é possível destacar o consórcio como um facilitador deste processo.
A modalidade tem ganhado fôlego no Brasil ao longo dos anos devido às vantagens que oferece, e em 2023 apresentou números que comprovam seu crescimento. Os resultados referentes ao ano passado, divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), apontam para um aumento de 25,6% em créditos comercializados, em comparação a 2022, e totalizam R$ 316,70 bilhões.
Os dados também revelam avanços na procura dos brasileiros pelo consórcio para a aquisição de bens e serviços. O acumulado de vendas de novas cotas em 2023 alcançou a marca de 4,18 milhões, registrando um aumento de 6,4% em relação a 2022. Uma das possíveis explicações para o crescimento, segundo a associação que representa o setor, é que o sistema provou estar, cada vez mais, presente na cultura financeira do consumidor.
O consórcio, independentemente do valor da taxa de juros, é uma alternativa vantajosa, pois ajuda na obtenção de crédito tornando o produto/serviço mais acessível para o cliente. Além da ausência de juros, a possibilidade de pagamento reduzido de parcelas até a contemplação, a variedade de créditos e o planejamento financeiro são outros benefícios do consórcio.
Por meio dele, o cliente consegue concretizar o plano de comprar um carro, um imóvel ou mesmo contratar um serviço sem qualquer surpresa sobre aquilo que foi combinado na contratação. Esta é uma modalidade financeira consolidada no mercado brasileiro há mais de 60 anos, e o tempo é um indicativo da confiança e eficácia que ela apresenta no momento decisivo na busca por crédito.
O número de clientes ativos em 2023 demonstra a popularidade da categoria. Segundo a ABAC, o ano registrou o recorde de 10,29 milhões de consorciados, número que sinaliza o impacto do segmento em diversas faixas etárias. Dados do ano passado revelaram que 44% da sua base clientes é formada por pessoas na faixa etária entre 18 e 29 anos.
Assim, ao analisarmos o atual cenário baseado nestes indicadores, a tendência é de que o segmento de consórcio continuará trazendo bons resultados ao longo do ano. Os dados indicam crescimento em diferentes aspectos como percentual de créditos comercializados, aquisição de novas cotas e número de clientes.
Os números positivos dos três índices sinalizam que 2024 deve seguir na mesma linha, com perspectivas mais do que otimistas para o setor.
(*) – É CEO da Ademicon (https://ademicon.com.br).