331 views 7 mins

Plataformas tecnológicas garantem mais fluidez aos negócios

em Negócios
terça-feira, 26 de setembro de 2023

A assinatura digital, hoje, é exemplo da facilitação. Já a briga com os cartórios é um outro round… 

Da Redação

O consumidor entra na loja, chama o vendedor, pede pra ver 10 peças de roupas, experimenta todas, bagunça tudo no balcão e, depois, pergunta quanto é a que escolheu. O vendedor para, olha, e mesmo sem saber se a compra será efetivada, ou como será paga em caso afirmativo, e diz o preço. O consumidor, então, recebe um papel da mão do vendedor, vai ao caixa e escolhe como pagar: dinheiro, cartão de débito, de crédito, boleto bancário etc. Noutro modelo, o consumidor procura o que deseja, escolhe a cor, paga e depois recebe. Que modelo de negócio você prefere? O antigo ou o disruptivo? É para facilitar os negócios, promovendo agilidade e a certeza na venda (além de menor custo opercional), que surgiram as plataformas eletrônicas, em um mundo cada vez mais tecnológico. Estão dentro deste conceito o Uber e a AIRBNB, por exemplo, que vendem serviços e recebem primeiro, dando mais fluidez aos negócios.

Os formatos e designações hoje são muitos, inclusive os que suportam as vendas e integrações de dados múltiplos como os pagamentos. No mundo das multiplataformas existe a de gestão de dados do Mundo Open, na qual se viabiliza a integração e administração de fluxos de dados regulados (Open Finance, Open Insurance e Open Investments) e também os não regulados aos produtos e serviços. “Pra gente tanto faz se é regulado ou não”, diz Juan Ferres, CEO da Teros, que reuniu alguns jornalistas em café da manhã para explicar os benefícios desta tecnologia.

Mestre em economia, Ferres costuma dizer que a Teros nasceu para permitir que empresas, de todos setores, alcancem a integração e eficiência proporcionadas pelo Mundo Open. Mas o Brasil tem “bala na agulha” para mergulhar neste mundo tecnológico, criando e aperfeiçoando produtos e métodos? A resposta é sim, tem bala na agulha. E como!

De acordo com o ranking GTMI (sigla de Índice de Maturidade em Governo Digital, em inglês), do Banco Mundial, a Coreia do Sul está na liderança e o Brasil, desde o ano passado, em segundo lugar, avançando seis posições em relação ao ano anterior.

Em termos de serviços digitais públicos, considerando a nota máxima 1, a classificação é a seguinte: Coreia do Sul (0,991), Brasil (0,975), Arábia Saudita (0,971), Emirados Árabes (0,961), Estônia (0,956), França (0,945); Índia (0,94); Lituânia (0,918); Mongólia (0,907) e Rússia (0,897). Esses são os 10 melhores, entre 198 países analisados.

EMBATES

Ao mesmo tempo em que gera mais facilidade e garantias, a tecnologia também promove umas boas brigas. Exemplo clássico: a fúria dos cartórios com o Google que resolve tudo digitalmente, sem precisar de presença física. As transações de pagamento, hoje, com o PIX e por aí segue. “Até pouco tempo você tinha de ir a um cartório reconhecer firma etc, para abrir uma conta na XP. Hoje parece até estranho o assunto”, comenta Juan Ferres.

O Open Gov, que existe há 12 anos, tem avançado, continua o CEO revelando que devido à base de dados que possui, o governo poderia preencher a sua Declaração de Imposto de Renda se quisesse. Um dos drives do sistema é equalizar a integração com o “nosso maior sócio”, o governo. Ele lembra ainda que o modelo federativo do país facilita a acumulação, e por vezes duplicidade, de taxas e impostos: “Além do federal, temos 27 estados e mais de 5.000 municípios criando imposto pra chamar de seu…” – ironiza.

No chamado Mundo Open, as ferramentas auxiliam o dia a dia do cidadão e do empresário, encurtando processos, economizando tempo e, consequentemente, diminuindo custos porque as despesas burocráticas são gigantes, define Juan. Nas três dimensões que o modelo oferece existem as ferramentas (1), para flexibilizar os negócios; os serviços (2), com ofertas de produtos; e os dados (3), um conjunto para se consumir em tempo transacional. As aplicações, cabe observar, ocorrem tanto em nível de governos quanto em níveis privados.

Recapitulando, Open Finance é a ferramenta que possibilita autenticador seguro e universal (como Uber, AIRBNB etc), além da tokenização para jornadas mais complexas; o Open Gov assegura assinaturas digitais, certidões legais, emissão de documentos e registro de eventos. “Ainda não se consegue fechar a venda de uma casa, mas a de um carro, via digital, sim”, ilustra o expert da Teros. Do lado do governo central existem 15 mil entradas para o sistema (de bibliotecas públicas à Receita Federal), mostrando o tamanho da trolha tecnológica, que pode ser um eficiente meio de controle para todas as áreas da nossa vida. E pelo andar da carruagem, devidamente turbinada, hoje menorzinha no modelo mas com mais cavalos puxando, em breve não é só a assinatura física que vai sumir, as áreas de cobrança também. E depois, as de…