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Em meio à crise, varejistas apostam no comércio exterior

em Negócios
terça-feira, 04 de janeiro de 2022

O ano de 2021 foi marcado por um momento de recessão econômica e pelos impactos da pandemia, mesmo com o avanço da vacinação. E, para o setor varejista, o cenário não foi diferente. Segundo dados do IBGE, no mês de outubro, as vendas do varejo tiveram uma queda de 0,1% em relação ao mês anterior.

Entretanto, para atender uma demanda que tende a crescer com as festas de final de ano e retomada de quase todos os setores da economia, o segmento tem investido no comércio exterior.

Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa de assessoria em comércio exterior, “o varejo pode se beneficiar muito dos processos de exportação e importação, principalmente ao observarmos o cenário da economia brasileira atualmente. Nesse fim de ano, por exemplo, notamos que, com o aumento da inflação, muitos vendedores já preferiram comprar bens do mercado externo para não precisarem repassar a alta dos produtos para o consumidor”.

Para ilustrar o impacto da compra de produtos internacionais no setor, segundo dados da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério da Economia, as importações de produtos tipicamente natalinos entre setembro e novembro de 2021 atingiram US$ 436,1 milhões, representando um crescimento de 19% em relação ao mesmo período de 2020.

Para o especialista, “esse movimento está muito ligado ao setor varejista, pois, com a alta da inflação fica mais barato comprar os produtos provenientes do mercado externo – que estão sujeitos às taxas internacionais – do que os preços do mercado interno – que estão bem mais caros. É uma forma que eles encontram de não precisar repassar na revenda todo o aumento nos custos de aquisição”.

Porém, não é só a importação que pode ser uma aliada dos comerciantes, já que a exportação também pode proporcionar novas oportunidades de negócios, especialmente com a expansão do e-commerce. Em especial quando citamos pontos com o drawback, incentivo fiscal para a exportação.

E esse fato já pode ser observado dentro do próprio mercado, um grande exemplo é o crescimento da gigante de fast-fashion, Shein, que opera por meio totalmente digital e exporta seus produtos para o mundo inteiro – encontrando grande margem de lucro e se consolidando como uma das maiores empresas do setor.

O fenômeno da Shein ilustra bem a oportunidade que o comércio exterior pode proporcionar para empresas que estão em processo de expansão, já que “com a criação do conceito de omnicanalidade e de e-commerce, que preveem a integração de diversos canais de comunicação, seja online ou físico, para a interação com o consumidor, surgem também novos caminhos de venda, que podem incluir, inclusive, a comercialização de bens para o mercado internacional.

Esse constante desenvolvimento de novas tecnologias e maneiras de atender o cliente cria um cenário verdadeiramente fértil para esse tipo de exploração”.
Entretanto, para Pizzamiglio, o que ainda impede muitos varejistas de explorarem o comércio exterior como plano de negócio é o receio.

“Muitos ainda partem da crença que o varejo não é bom para a importação, porque não há grande volume de peças. Além disso, por vezes, a falta de conhecimento nos processos logísticos brasileiros, faz parecer que exportar é caro e complicado, quando não é”, finaliza. Fonte e mais informações: (https://efficienza.com.br/).