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Califórnia bane veículos diesel

em Mercado
quarta-feira, 01 de julho de 2020

Vivaldo José Breternitz (*)

O estado da Califórnia baixou regras e a partir de 2045 não poderá mais ser vendido, no estado, caminhões movidos a combustíveis fósseis – sendo mais um passo rumo aos elétricos. É o primeiro estado americano a baixar regra desse tipo. A Califórnia já havia determinado que a partir de 2029 somente poderão entrar em circulação ônibus elétricos.

A mudança será gradual: em 2035, pelo menos a metade dos veículos vendidos pelos fabricantes de caminhões deverá ser elétrica; a partir do mesmo ano, os veículos que não circulam pelas ruas, como rebocadores e empilhadeiras, também não poderão ter motores diesel. Veículos comerciais de pequeno porte, como vans, devem seguir a regra a partir de 2040.

A medida se insere na luta contra a poluição do ar: os veículos movidos a diesel são 7% do total na Califórnia, mas são responsáveis por quase 80% da poluição do ar no estado. A medida tende a espalhar-se por todo o país. A Califórnia é pioneira no combate à poluição, e as regras que fixou no início dos anos 1990 são tidas como responsáveis pelo desenvolvimento de veículos híbridos e elétricos.

Em 2019, quando o governo Trump revogou medidas do governo Obama que visavam a combater as mudanças climáticas, o estado fixou regras próprias, que foram acatadas por empresas como Ford, Volkswagen, Honda e BMW; esta última acaba de anunciar que pretende abandonar o desenvolvimento de veículos híbridos, concentrando-se nos totalmente elétricos.

Alguns fabricantes tentaram barrar as novas regras, sem maior êxito. Muitos desses já estão produzindo veículos comerciais elétricos; outros estão preparando lançamentos, como Volvo, Daimler e Tesla. Há também startups entrando no mercado, como a Rivian, que está produzindo cem mil vans elétricas para a Amazon, após receber dessa um investimento da ordem de US﹩ 700 milhões em 2019.

Dez mil dessas vans já deverão estar rodando em 2022 e as demais até 2030. A Ford também é acionista da Rivian. É mais um passo à frente na luta contra a poluição do ar e seu subproduto, as mudanças climáticas.

(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.