Para Temer, a oposição no Brasil tem uma concepção política. |
O presidente Michel Temer fez ontem (5) duras críticas à forma como, historicamente, as oposições atuam no Brasil, no sentido de sempre buscarem a “destruição” dos governos. Dirigindo-se à base governista, ele destacou essa característica visando preparar os parlamentares para o embate que deverá ocorrer no Congresso, durante a tramitação da proposta que define um teto para os gastos públicos.
“É claro que haverá oposição [à proposta] porque no Brasil a tese de oposição não é jurídica. É uma tese política. A tese é a seguinte: se eu não estou no governo eu tenho de destruir o governo. Isso é uma coisa nossa. É uma coisa cultural, histórica, e que vem ao longo do tempo”, disse Temer durante a cerimônia de posse do deputado federal Marx Beltrão (PMDB-AL) no cargo de ministro do Turismo.
“A oposição no Brasil tem uma concepção política. Digo isso como fruto de uma cultura muito equivocada ao longo do tempo. Não é de hoje”.
Segundo Temer, o momento atual é o de “pregar as novas ideias” para, pouco a pouco, se modificar esses ‘costumes nacionais’. Apesar da crítica a essa forma de atuação das oposições, Temer ressaltou também o papel relevante que elas têm para a democracia, no sentido de fiscalizar o governo e de sugerir propostas para as políticas públicas.
Ele negou que eventuais mudanças que possam ocorrer na proposta de limitação de gastos público representem uma derrota do governo. “Não é nada disso. Quem governa é Executivo e Legislativo juntos”, disse.
“Não se pode gastar mais do que aquilo que se arrecada. Não dá para ficar dizendo a todo ano que o Brasil tem déficit. Se o teto tivesse sido promovido há cinco ou seis anos, o país teria déficit zero. Portanto, peço aos deputados que empenhem para estar aqui na segunda-feira, porque é fundamental votarmos isso”, finalizou (ABr).