Presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri. |
O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, disse ontem (23), que sua primeira viagem oficial deve ser ao Brasil, principal sócio comercial de seu país. O sucessor de Cristina Kirchner ainda disse que a mandatária argentina telefonou e desejou boa sorte, apesar de serem rivais políticos. “Ela me felicitou, disse que estava contente”, destacando que o segundo turno, inédito no país, aconteceu pacificamente.
Sem maioria no Congresso, Macri, que venceu com cerca de 52% dos votos, precisará de coalizão para governar. Ele assegurou que seu governo vai “melhorar a qualidade democrática”, uma das maiores críticas ao kirchnerismo, e se mostrou confiante de que a mudança “será profunda”. Explicou que “é preciso gerar espaços onde possamos dialogar, nos encontrar e somar. Estamos todos prontos para uma agenda comum. A ideia é governar para todos”, concluiu.
Macri disse que invocará a cláusula democrática do Mercosul para pedir a suspensão da Venezuela do bloco. O pedido se fundamenta “nos abusos que estão sendo feitos” pelo governo de Nicolás Maduro. “As denúncias são claras e contundentes. O que está acontecendo na Venezuela não tem nenhuma ligação com o compromisso democrático”, apontou. A Venezuela vem sendo alvo de críticas por prisões arbitrárias de opositores e a ONU, assim como organismos internacionais que defendem os direitos humanos, falam de casos de assassinatos e torturas com o objetivo de manter o chavista no poder.
Celebrado na Itália por ser de descendência italiana, Macri recebeu um telefonema do premier, Matteo Renzi, parabenizando-o pela vitória, informou o Palácio Chigi. Apesar da aliança com o kirchnerismo, a presidente Dilma Rousseff deve viajar para a Argentina no começo de dezembro para participar da cerimônia de posse (ANSA).