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Odebrecht mantinha setor dedicado ao pagamento de propinas

em Manchete
terça-feira, 22 de março de 2016

PF/Divulgação

Em Brasília, a PF esteve no hotel Golden Tulip.

A força-tarefa responsável pelas investigações da Operação Lava Jato identificou, dentro da estrutura organizacional da empreiteira Odebrecht, um setor inteiramente destinado ao pagamento de propinas, com funcionários dedicados e um sistema eletrônico desenvolvido especificamente para este fim, disseram delegados da Polícia Federal e procuradores da República ontem (22), na sede da Polícia Federal, em Curitiba.
Em planilhas apreendidas ainda na 23ª fase da Lava Jata, chamada Acarajé, foram identificados pagamentos em espécie a centenas de recebedores. O dinheiro, de acordo com as investigações, seria fornecido por meio de até oito contas mantidas por doleiros em favor da Odebrecht. Em apenas uma das contas, foram identificados R$ 66 milhões disponíveis para o pagamento de propinas. Os pagamentos foram aprovados por diretores responsáveis pela supervisão de obras como as da Arena Corinthians; de metrôs no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul e do aeroporto de Goiânia.
Nas tabelas, constavam valores, endereços e codinomes de recebedores de propina e dos executivos de alto escalão da Odebrecht que autorizavam os pagamentos, entre eles a sigla MBO, que segundo a equipe responsável pela investigação, corresponde a Marcelo Bahia Odebrecht, presidente-executivo da companhia. “A nosso ver não há qualquer dúvida da participação pessoal de Marcelo Bahia Odebrecht, não só no sentido de ter conhecimento, mas também de pessoalmente agir para pedir o pagamento a terceiros”, disse a procuradora da República, Luana Gonçalves.
O procurador da República Carlos Fernando Lima afirmou que não há agentes política alvos de mandados nesta fase da Lava Jato. Foram presos temporariamente ou preventivamente diversos executivos da Odebrecht e operadores financeiros do esquema na empresa (ABr).