Após uma sessão que resultou na detenção de 18 deputados pró-sérvios da oposição, o Parlamento de Montenegro aprovou na sexta-feira (27) uma controversa lei de liberdade religiosa, que busca nacionalizar os bens das igrejas do país que não conseguirem provar que pertenciam a elas antes de 1918.
As comunidades religiosas montenegrinas devem apresentar documentos que comprovem os direitos de propriedade antes de 1918 sobre terras, igrejas e mosteiros. Nesse ano, o país perdeu sua independência e ingressou no reino dos sérvios, croatas e eslovenos, progenitor da Iugoslávia. O projeto foi contestado pelos líderes da Igreja Ortodoxa Sérvia, detentora de centenas de mosteiros pela nação.
O governo negou que queira privar as comunidades religiosas de suas propriedades, mas a Igreja Sérvia insiste que o Estado gostaria de tirar suas posses, incluindo igrejas medievais e mosteiros. Montenegro, que se tornou independente da Sérvia em 2006, tem cerca de 620 mil habitantes, e 72% da população são cristãos ortodoxos (ANSA).