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Ministro admite que governo negocia crédito da Caixa em troca de votos pela reforma

em Manchete
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Fabio Rodrigues/ABr

Fabio Rodrigues/ABr

Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

Brasília – O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu ontem (26), que o Palácio do Planalto está pressionando os governadores e prefeitos a trabalhar a favor da aprovação da reforma da Previdência em troca da liberação de recursos do governo federal e financiamentos de bancos públicos, como a Caixa. “O governo espera daqueles governadores que têm financiamentos a serem liberados, como de resto de todos os agentes públicos, reciprocidade no que tange à questão da (reforma da) Previdência”, disse o ministro.
Marun negou que esteja promovendo “chantagem” com governadores e prefeitos e destacou que os financiamentos da Caixa “são ações de governo”. O peemedebista disse que o governo está pedindo apenas uma “ajuda” em troca dos votos pela reforma. “Financiamentos da Caixa são ações de governo. Senão, o governador poderia tomar esse financiamento no Bradesco, não sei onde. Obviamente, se são na Caixa, no Banco do Brasil, no BNDES, são ações de governo, e nesse sentido entendemos que deve, sim, ser discutida com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência, que é uma questão que entendemos hoje de vida ou morte para o Brasil”, justificou.
O ministro disse que os parlamentares ligados aos governadores também terão aspectos eleitorais positivos com os financiamentos aos governos locais. “Olha, não entendo que seja uma chantagem o governo atuar no sentido de que um aspecto tão importante para o Brasil se torne realidade, que é a modernização da Previdência”, afirmou. “Não é retaliação aos governadores, é pedido de apoio”, completou.
Em reunião ontem com o presidente Temer, Marun disse que manifestou seu otimismo em relação à aprovação da PEC. Afirmou que a confiança da aprovação do texto vem de conversas com parlamentares nos últimos dias e disse ver cada dia menos pessoas dizendo que não votarão a PEC “de jeito nenhum”. O ministro evitou dar o número de votos que o governo contabiliza hoje (AE).