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Levy: demora na votação do Orçamento torna superávit mais difícil

em Manchete
segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Arquivo/ABr

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem (23) que postergar a votação do orçamento no Congresso torna mais difícil atingir a meta de obter um superávit de 0,7% do PIB em 2016. Levy participou do seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pela FGV, na sede da Firjan.
“Como não foi votado em outubro e vai ser votado sabe-se lá quando, há perdas de meses de arrecadação. Isso talvez signifique que vai ter que aumentar o imposto mais do que o desejado? Talvez. Ou vai ter que cortar os gastos mais do que o planejado? Talvez. Porque, na verdade, você vai postergando as coisas e, é óbvio, que 0,7% ao longo do ano inteiro é uma coisa e 0,7% ao longo de oito ou nove meses é muito mais difícil. É puramente aritmético, e as pessoas têm que se dar conta disso”.
Levy defendeu que o país precisa de acertos institucionais que permitam que a economia funcione “com menos atrito e mais previsibilidade”. O ministro destacou que o país precisa de novas formas de financiamento, por ter “crescido demais” para os mecanismos existentes atualmente, alguns deles criados décadas atrás como a caderneta de poupança e o FGTS. O ministro resumiu as medidas que precisam ser tomadas para melhorar o cenário do país: “A gente só precisa ter um pouco de ambição e ir no que realmente é fundamental para alcançar isso: fazer certos acertos institucionais que permitam a economia funcionar com menos atrito e mais previsibilidade”.
Entre os setores que podem contribuir para o crescimento no curto prazo, o ministro destacou que o turismo pode se beneficiar do câmbio desvalorizado e das Olimpíadas de 2016 e a indústria pode se organizar para a substituição de importações. “São os dois mais óbvios”, disse ele, que mencionou também o agronegócio e a aviação.
“Mas tem que acontecer a votação no Congresso, a questão política. Em termos de formação econômica, é um assunto hoje entendido por todo mundo”, disse ele, que acrescentou que a discussão que se segue ao ajuste de curto prazo é a do gasto público no Brasil.
“Restam poucas dúvidas de que o Brasil tem de evoluir do ponto de vista regulatório e legal, sem prejuízo de proteger direitos. Temos de simplificar a vida das empresas e das pessoas. E não há caminho fácil” (ABr).