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Discurso protecionista de Trump preocupa, mas relações não mudam

em Manchete
quarta-feira, 09 de novembro de 2016
Divulgação

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Ministro da Indústria, Comércio Exterior, Marcos Pereira.

O ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, admitiu ontem (9) que o discurso protecionista do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump “é uma preocupação”. No entanto, avaliou que as relações entre o Brasil e os norte-americanos não devem se alterar. “As relações entre o Brasil e os Estados Unidos não devem mudar, são históricas, são de longa data e queremos crer que não deverá ter grandes alterações”, afirmou Pereira, após evento na Firjan, no Rio.
Segundo o ministro, passada a eleição norte-americana, é hora de “aguardar observando”, as medidas e o tom do novo mandatário. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil e recebem 20% das exportações, atrás da China, que é o principal destino de produtos brasileiros. As exportações para o mercado americano no ano passado atingiram US$ 24,2 bilhões, majoritariamente formadas por manufaturados, que responderam por 63,7% desse valor.
Preocupado com esse montante, Pereira, no entanto, afirmou que as declarações de Trump causam alguma apreensão. “Essa é uma preocupação, sim. Ele [Trump] debateu muito esse tema, se manifestou várias e reiteradas vezes sobre o assunto”, disse. Pereira destacou que o interesse no tema é global e que o protecionismo permanece como uma das principais discussões nos fóruns econômicos, como o G-20 – grupo formado pelas 19 maiores economias mundo mais a União Europeia e que se encontrou na China, em setembro.
“O aumento do protecionismo que está se vendo em alguns países nos últimos tempos é um tema que está sendo discutido na OMC, nos Brics e no G-20. Com essa posição do presidente eleito nos EUA, [o assunto] deverá ganhar mais relevância nas discussões nos organismos internacionais”, disse. “Esse não é um mérito dos Estados Unidos” (ABr).