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Brasil pode crescer pelos próximos 5 anos ‘tranquilamente’

em Manchete
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Brasil temporario

Brasil temporario

Presidente do BNDES, Dyogo Oliveira.

Foto: Gleice Mere/MP

Rio – A economia brasileira está diante da oportunidade de vivenciar um ciclo de pelo menos cinco anos de juros baixos, de forma sustentável, o que vai permitir dinamizar os investimentos e crescer a atividade econômica, na avaliação do presidente do BNDES, Dyogo Oliveira. Segundo o executivo, o quadro foi criado por causa da recessão, que quebrou a inércia inflacionária e elevou a capacidade ociosa.
“O hiato do produto hoje é de tal enormidade que podemos crescer pelos próximos cinco anos tranquilamente sem fechá-lo, então não haverá pressão inflacionária”, afirmou Oliveira, citando estudo interno do BNDES, em palestra reservada a pesquisadores do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), na manhã de ontem (29), no Rio.
Na apresentação, o executivo mostrou gráficos apontando que o juro real “ex-ante” está atualmente em torno de 4,0% ao ano, níveis historicamente baixos. “Temos mais cinco anos com o hiato do produto aberto. Não vamos ter necessidade de um aperto, pelo menos não nos níveis que já tivemos, na política monetária. Mudamos de patamar efetivamente. O Brasil vai ser nos próximos anos uma economia de juro baixo”, disse o presidente do BNDES.
Questionado após a palestra, Oliveira destacou que a economia brasileira chegou nesse quadro a um custo elevadíssimo, que foi uma recessão de quatro anos praticamente. “Em 2012, você estava com a taxa de juro real baixa, mas com a inflação em 6%. E no limite da capacidade”, afirmou. “O risco de uma inflação voltando ao nível de 10% ao ano hoje está diminuído. Somando a redução da inércia inflacionária com uma capacidade ociosa, temos um espaço nos próximos anos para trabalhar com taxas de juros mais baixas”, completou (AE).