ACNUR distribui café da manhã fornecido pelo Exército Brasileiro. |
Genebra – O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) afirmou na sexta-feira (6), que a cada dia 800 venezuelanos cruzam a fronteira em direção ao Brasil, num fluxo que não deve diminuir nos próximos meses. A entidade alertou ainda que está sem recursos financeiros para bancar os planos de ajuda financeira internacional à essa crise. Dos US$ 46 milhões que a ONU solicitou para auxiliar o Brasil, a comunidade internacional disponibilizou 4% desse valor.
De acordo com William Spindler, porta-voz do Acnur, a ONU e o governo brasileiro aumentarão sua capacidade de atuação na região de fronteira diante do crescente número de venezuelanos chegando no norte do País com necessidades cada vez maiores. “Pedimos que a comunidade internacional dê mais apoio ao Brasil, que tem sido generoso em sua resposta e precisa fortalecer sua capacidade de recepção, evitando discriminação contra venezuelanos e garantindo uma coexistência pacífica”, disse o porta-voz.
O que a ONU também constata é que a onda mais recente de refugiados tem sido marcada pelas condições cada vez mais precárias dos venezuelanos que chegam. “À medida que a situação política e econômica complexa continua a se deteriorar, os venezuelanos chegando estão mais desesperados por alimentos, abrigo e saúde”, explicou Spindler. Desde o começo de 2017, 52 mil venezuelanos entraram no Brasil, sendo que 40 mil deles estariam em Boa Vista, Roraima, e 25 mil pediram asilo.
Para o Acnur, a chegada em massa dos venezuelanos deixou os serviços básicos em Roraima em uma situação crítica. O governo brasileiro anunciou um pacote de R$ 190 milhões para saúde e saneamento, além de declarar estado de emergência na região. O Acnur garante que vai continuar a trabalhar com as autoridades brasileiras para registrar os refugiados e garantir que tenham acesso a saúde, educação e outros serviços (AE).