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Amazonas sabia de ‘plano de fuga em massa’ antes de massacre

em Manchete
quarta-feira, 04 de janeiro de 2017
José Cruz/ABr

José Cruz/ABr

Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) possuía informações sobre a possível fuga em massa de presos em penitenciárias do estado entre o Natal e o Ano-Novo, antes do massacre que deixou 56 pessoas mortas em uma penitenciária amazonense. A informação foi confirmada ontem (4) pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. “Nós tivemos informação desses informes de inteligência. O governo estadual disse que tomou todas as providências para evitar a fuga”, disse Moraes após se reunir com a presidente do STF, ministra Carmén Lúcia.
Moraes negou que o governo federal tivesse conhecimento do planejamento de fuga antes da rebelião que durou cerca de 17 horas no Complexo Penitenciários Anísio Teixeira (Compaj), em Manaus, entre os dias 1º e 2 de janeiro. Ao ser perguntado sobre a possibilidade de novas rebeliões, numa possível retaliação do PCC contra a FDN, Moraes respondeu que “nesse momento não, mas rebeliões surgem de repente”. Ele afirmou que o sistema de inteligência de todos os estados fazem uma ação conjunta com o Ministério da Justiça para monitorar e evitar novas ocorrências.
Moraes disse que não é possível afirmar se o governo amazonense deixou de atuar adequadamente para impedir a rebelião e as mortes nos presídios do estado. “O governo estadual disse que tomou todas as providências para evitar a fuga. Não está caracterizada nenhuma omissão até o momento. As razões vão ser investigadas pela Polícia Civil”, disse Moraes. “O que é possível afirmar é que uma série de erros ocorreu. Se não, não teria ocorrido o que aconteceu”.
O ministro disse que ficou constatada a presença de armas de grosso calibre e o uso de celulares à vontade pelos presos dentro do Compaj. Ele culpou os responsáveis pelo controle de entrada do presídio pelas falhas de segurança. “Se as armas entraram, foi falha da fiscalização daqueles que devem tomar conta da entrada do presidio, se celulares entraram, também falha da administração, se bebidas entraram, da mesma forma”, afirmou Moraes (ABr).