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Siderúrgicas da AL pedem não reconhecimento da China como economia de mercado

em Manchete Principal
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Segundo a indústria siderúrgica latino-americana, a China não respeita as regras internacionais de comércio no setor do aço.

Segundo a indústria siderúrgica latino-americana, a China não respeita as regras internacionais de comércio no setor do aço.

As associações da indústria do aço da América Latina enviaram uma carta aos chefes de estado que estarão reunidos na XXV Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Cartagena, nos próximos dias 28 e 29, alertando para a crise enfrentada pelo setor e a cadeia de valor metal-mecânica.
As siderúrgicas destacam a preocupação com a concorrência desleal praticada pelas usinas chinesas e pedem que os governos da região não reconheçam o país asiático como economia de mercado em dezembro. Os siderurgistas mencionam a perda de postos de trabalho, fechamento de empresas e perdas financeiras do setor, que consideram ser originária do enfrentamento da competição com a China, que responde por 50% da produção mundial de aço.
O documento é resultado da reunião de players do setor na região como Ternium, Gerdau, CSN e ArcelorMittal nos últimos dois dias, no 57º Congresso da Associação Latinoamericana de Aço (Alacero), no Rio. A carta afirma que esta é uma realidade reconhecida a nível mundial, inclusive na Declaração de Líderes do G-20, que no início de setembro manifestou que os subsídios e a intervenção direta dos governos causam distorções no mercado, contribuindo para uma sobrecapacidade que causa efeitos negativos no comércio e para os trabalhadores.
A indústria siderúrgica latino-americana faz uma declaração aos chefes de Estado, afirmando que: a China não respeita as regras internacionais de comércio no setor do aço; suas práticas de comércio desleal foram penalizadas por mais de 280 medidas antidumping aplicadas por países membros da OMC; as estatais chinesas devem atuar sob critérios comerciais e de mercado equivalentes às empresas latinoamericanas; as siderúrgicas chinesas recebem múltiplos subsídios e apoios financeiros ilimitados.
Também afirmam que as exportações de produtos chineses com alto conteúdo de aço estão afetando a indústria metal-mecânica da região e que as empresas da cadeia não podem competir contra o governo chinês “porque a China não é uma economia de mercado” (AE).