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O futuro do trabalho além do home-office: Passion Economy e o poder da inovação

em Manchete Principal
terça-feira, 08 de junho de 2021

Tamara Leal (*)

O mercado de trabalho está transformando as relações entre pessoas e empresas, e não apenas no mundo da tecnologia. Estamos vivendo um cenário diferente de tudo que a humanidade já passou e isso é um fato. Mas é importante entender que o mundo já estava, há anos, passando por um um processo de readequação nas relações de trabalho.

A transformação digital acelerada acendeu um alerta para todos: atualizem ou fiquem para trás, e isso significou novas formas de trabalho, novas tecnologias e também novas políticas de contratações, entre tantos outros pontos. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman dizia: “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”. Ele foi um dos pensadores mais importantes do final do século 20, que trouxe à tona a temática da “modernidade líquida”.

Em linhas gerais, o termo é uma metáfora para descrever o tempo presente. A palavra “líquida” enfatiza como tudo muda, constantemente. Nada se conserva na sua forma original por muito tempo. E, com certeza, as relações de trabalho não seriam diferentes.

A classificação de gerações, dividida entre Baby boomers (nascidos entre 1945-1964), Geração X (1960 e 1980), Geração Y (1980 a 1995) e Geração Z (1995-2010), nos ajuda a analisar e estudar as mudanças de comportamentos, objetivos de vida e rotina das pessoas, que são fruto das alterações do meio cultural, econômico e social na qual estão inseridas. Em cada uma das gerações citadas, há um perfil profissional diferente, com comportamentos, habilidades e ações características.

Para os Baby boomers, por exemplo, o esperado era que uma pessoa conquistasse uma vaga formal em um setor, ou até mesmo em uma empresa específica, e permanecesse nela a vida toda. Não muitos anos depois, quando olhamos para os nascidos na Geração Y (entre 26 e 41 anos atualmente), vemos o aumento significativo de pessoas trocando de empresas, carreiras e possibilidades.

Imagem: Freepik

O trabalho remoto, a força de trabalho líquida e a Passion Economy surgiram para satisfazer esse profissional do futuro. O trabalho remoto, por exemplo, se tornou uma das maiores realidades e trouxe muitos benefícios. Enquanto uma pessoa pode passar mais de duas horas no transporte, para se sentar na mesma cadeira todos os dias, profissionais do futuro têm mais autonomia e produtividade.

Sem as amarras de um escritório, você pode adaptar a sua agenda para produzir no horário que preferir e ter mais tempo para a família, amigos, cursos ou projetos de freelancing. É claro que trabalhar de casa pode ser ótimo, mas não pare por aí. Você também pode ir a coworkings da sua cidade para sair da rotina e potencializar o seu networking ou viajar para onde quiser com o seu computador.

O mundo é o seu escritório! E mesmo com os colaboradores “espalhados”, a agilidade nunca foi tão importante, trazendo à tona o conceito de força de trabalho líquida. Nesse modelo, equipes altamente ágeis estão no centro da estratégia de transformação digital das companhias. Como?

Empoderados pelo trabalho remoto, pelas melhores metodologias do mercado e pela tecnologia, squads multidisciplinares, formados por profissionais “não tradicionais” (freelancers), são montados temporariamente para atender a uma demanda específica. Com alto potencial de fluidez e adaptação, esses times oferecem flexibilidade e escalabilidade para as grandes empresas.

Trazendo para a realidade, é a possibilidade de profissionais serem protagonistas do seu processo de trabalho, em que escolhem em quantos e quais projetos atuar e são responsabilizados pela entrega dos resultados, em vez de “bater ponto”. Assim, trabalhando muito mais em um viés de “parceria” do que de “funcionário”.

Aqui, também cabe conversarmos um pouco sobre a Passion Economy e as skills necessárias para quem deseja se aventurar neste novo cenário, que é a possibilidade dos indivíduos transformarem seus interesses e skills em uma alternativa para ganhar dinheiro. Ou seja, a paixão de alguém se torna um negócio rentável, sendo ele a renda principal ou extra.

Imagem: Freepik

A Passion Economy permite que profissionais, como freelancers ou prolancers, tenham a liberdade de trabalhar onde e quando quiserem, em projetos alinhados ao seu propósito e motivadores. Dinamismo, autonomia e flexibilidade são características muito importantes para que esse conceito gire muito bem no mercado e empresas estão atrás de profissionais que se enquadrem nesse novo conceito. É, mais uma vez, a força de trabalho líquida mostrando a sua relevância.

Mas nem só de tendências vive o profissional do futuro. Em um ambiente em que a necessidade de trazer inovação é cada vez mais latente, além da qualificação técnica, algumas soft skills são essenciais para qualquer profissional e fazem parte dos processos de atração, seleção e avaliação de desempenho nas empresas. São elas:

• Pensamento crítico e analítico
• Raciocínio lógico e resolução de problemas complexos
• Inteligência emocional
• Trabalho em equipe e cooperação
• Resiliência e capacidade de adaptação
• Aprendizagem ativa
• Mentalidade centrada no consumidor/ usuário

O futuro do trabalho é muito mais do que trabalhar de qualquer lugar, é trabalhar com o que se é apaixonado, estar disposto a enfrentar novidades como trabalho em squads e preparado para qualquer desafio. O Futuro do Trabalho é o trabalho de agora.

E aí, você está pronto para o futuro do trabalho?

(*) – É Product Delivery Manager na BossaBox.