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Mineradora diz que jogou água com poeira de bauxita e soda em rio do Pará

em Manchete Principal
segunda-feira, 12 de março de 2018
A mineradora de Barcarena, no Pará, informou que antes de ser liberada no rio de forma controlada, a água acumulada é tratada segundo critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

A mineradora de Barcarena, no Pará, informou que antes de ser liberada no rio de forma controlada, a água acumulada é tratada segundo critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

Três semanas após moradores de Barcarena, na região metropolitana de Belém (PA), denunciarem às autoridades a suspeita de que um depósito de resíduos da mineradora Hydro AluNorte havia transbordado, despejando efluentes tóxicos no meio ambiente, a empresa norueguesa confirmou que liberou intencionalmente o excesso de água das chuvas que havia se acumulado no terreno da refinaria de alumina, a maior do mundo.
Em nota divulgada ontem (12), a Hydro AluNorte informa que o excesso de águas pluviais foi liberado no Rio Pará por um dos pontos de descarte anexos à estação de tratamento de água da refinaria, não havendo sinais de vazamento ou transbordamento de dejetos tóxicos armazenados nos depósitos de resíduo de bauxita. Segundo a empresa, o lançamento foi comunicado à secretaria estadual de Meio Ambiente. A mineradora informou que, antes de ser liberada no rio de forma controlada, a água acumulada é tratada segundo critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
“A água teve seu pH tratado antes de ser liberada e depois misturada com a água da estação de tratamento de efluentes e com as águas superficiais da fábrica de alumínio”, disse a empresa, informando que a água de chuva liberada da área da refinaria pode conter poeira de bauxita e vestígios de soda cáustica, mesmo não tendo entrado em contato com as áreas de depósito de resíduos de bauxita.
Na nota, a empresa garante não haver indícios de que a liberação da água represada causou danos ao meio ambiente. A afirmação contraria laudo divulgado no último dia 22, pelo Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde. Para os técnicos do instituto, o vazamento de uma grande quantidade de efluentes tóxicos afetou o Rio Paraná e igarapés, podendo ter contaminado o lençol freático. Análises de amostras de material colhidas no local apontaram a presença de níveis elevados de chumbo, alumínio, sódio e de outras substâncias prejudiciais à saúde humana e animal.
A conclusão dos peritos do Instituto Evandro Chagas foi que o episódio ocorreu não só em função das fortes chuvas registradas entre os dias 16 e 18 de fevereiro, mas principalmente porque a empresa estava operando no seu limite, não sendo capaz de tratar todos os efluentes. O resultado foi determinante para a Semas decretar a redução da produção (ABr).