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Marfrig respeita decisão de não demitir, mas mantém fábrica fechada no RS

em Manchete Principal
terça-feira, 03 de janeiro de 2017
A Marfrig informou na metade de dezembro que fecharia a unidade de Alegrete, alegando baixa oferta de gado na região.

A Marfrig informou na metade de dezembro que fecharia a unidade de Alegrete, alegando baixa oferta de gado na região.

Porto Alegre – Decidida a suspender definitivamente as atividades da fábrica localizada em Alegrete, no oeste do Rio Grande do Sul, a Marfrig manteve as portas da unidade fechadas ontem (3), dia em que os funcionários voltariam de férias coletivas. Como uma decisão judicial proibiu a empresa de demitir os 648 trabalhadores até que se chegue a um acordo com o sindicato da categoria, a solução encontrada foi mantê-los em casa, em licença remunerada
A Marfrig informou na metade de dezembro que fecharia a unidade de Alegrete, alegando baixa oferta de gado na região. A intenção inicial era efetivar os desligamentos no início de 2017, assim que os funcionários retornassem das férias. Só que no último dia 28 uma decisão da Justiça do Trabalho suspendeu a demissão em massa.
A liminar impede que a companhia rescinda os contratos antes que haja uma negociação com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Alegrete (STIAA). A multa prevista em caso de descumprimento é de R$ 100 milhões.
A Marfrig reiterou que, em respeito a liminar proferida pela Justiça do Trabalho de Alegrete, “as rescisões contratuais estão suspensas momentaneamente”. A empresa esclarece que os salários do mês de janeiro serão pagos “a título de licença remunerada”. Na nota, a Marfrig diz também que se mantém aberta para negociação coletiva com a categoria. A primeira audiência de conciliação ainda não foi marcada.
O sindicato não nutre esperanças de reverter a decisão da Marfrig e, por isso, centrará esforços na tentativa de garantir uma compensação aos trabalhadores além da rescisão contratual. A ideia é pleitear o pagamento de plano de saúde e outros benefícios por pelo menos seis meses.
“Sabemos que é muito difícil que eles voltem atrás”, disse o presidente do STIAA, Marcos Rosse. Segundo ele, a companhia já teria começado a tirar máquinas e equipamentos de dentro do frigorífico de Alegrete. A ideia é fortalecer a operação das unidades de Bagé e São Gabriel, também no Rio Grande do Sul (AE).