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Custos industriais sobem puxados por despesas com impostos, energia e pessoal

em Manchete Principal
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Para aumentar a competitividade é preciso garantir a estabilidade macroeconômica, com controle da dívida pública, inflação na meta e taxas de juros baixas.

Para aumentar a competitividade é preciso garantir a estabilidade macroeconômica, com controle da dívida pública, inflação na meta e taxas de juros baixas.

O Indicador de Custos Industriais subiu 0,4% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre de 2017, descontados os efeitos sazonais. A alta foi puxada pelo aumento nos custos com tributos, energia e pessoal. As informações são da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou o indicador ontem (10). No mesmo período, os preços dos produtos industrializados tiveram uma redução de 0,8%. Com os custos em alta e os preços em queda, a margem de lucro das empresas diminuiu.
O custo tributário aumentou 2,9%, o de energia subiu 2,5% e o de pessoal teve alta de 1,8% no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre do ano passado. A elevação do índice de custo tributário, observa a CNI, indica que as empresas começaram a pagar as dívidas tributárias contraídas durante a crise econômica. “A quitação das dívidas tributárias foi favorecida pela recuperação da economia e pelas adesões ao novo Refis”, diz o estudo.
Isso porque o indicador de custo tributário é estimado com base no custo efetivo, ou seja, o total efetivamente pago pela indústria dividido pelo produto industrial. Com a crise econômica, algumas empresas não conseguiram pagar os tributos devidos, o que resultou em um movimento descendente do indicador. Com o início da recuperação, as empresas começam a quitar as dívidas, o que impulsionou o indicador.
O impacto dos aumentos foi minimizado pela queda de 5,4% no custo com capital de giro e na redução de 0,6% nos custos com bens intermediários. A retração dos custos com capital de giro é resultado dos sucessivos cortes na taxa básica de juro da economia. “A baixa demanda e a competição entre as empresas vêm contendo o aumento dos preços dos intermediários fabricados no Brasil”, explica o gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
“Para aumentar a competitividade da indústria brasileira é preciso garantir a estabilidade macroeconômica, com controle da dívida pública, inflação na meta e taxas de juros baixas”, diz Fonseca. Com isso, as empresas e o governo têm margem e segurança para ampliar investimentos em áreas que aumentam a produtividade, como infraestrutura, educação e inovação (AI/CNI).