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Comércio exterior: previsto superávit de US$ 52,2 bilhões na balança comercial

em Manchete Principal
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Comercio temproario

Comercio temproario

A pauta de exportações brasileiras continua concentrada em commodities e não em manufaturados, de maior valor agregado. Foto: Ivan Bueno/APPA/Reprodução

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) informou ontem (17) que revisou suas estimativas para a balança comercial brasileira em 2019. O superávit, que havia sido estimado em US$ 32,7 bilhões, subiu para US$ 52,2 bilhões na nova projeção, resultado 10,9% abaixo dos valores de 2018 (US$ 58,6 bilhões). As projeções para exportações subiram de US$ 209,1 bilhões para US$ 223,7 bilhões, uma queda de 6,7% em relação aos US$ 239,8 bilhões estimados anteriormente.
No que se refere às importações, as projeções recuaram de US$ 186,3 bilhões para US$ 171,5 bilhões, uma queda de 5,4% em comparação ao resultado de 2018. O presidente da AEB, José Augusto de Castro, destacou que a corrente de comércio projetada em US$ 395,266 bilhões para este ano ficará abaixo dos US$ 421,114 bilhões apurados no ano passado, e distante do recorde de US$ 482,292 bilhões de 2011. “O que gera a atividade econômica não é o superávit e, sim, a corrente de comércio que, em queda, faz a atividade econômica cair.”
Agumas “surpresas” contribuíram para a revisão, para baixo, da balança comercial. Entre elas, a queda da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho; a guerra comercial entre China e Estados Unidos; a crise na Argentina, que acelerou este ano; o PIB brasileiro, cuja previsão inicial era de 2,5% e caiu para menos de 0,8%; além do crescimento da China, que será menor do que em anos anteriores.
“O conjunto contribuiu para oscilações das commodities (produtos minerais e agrícolas comercializados no exterior). No caso do Brasil, foi mais para baixo do que para cima”, disse Castro. Ele lembrou que a peste suína na China teve impacto na exportação de carnes e de soja brasileira. A pauta de exportações brasileiras continua concentrada em commodities e não em manufaturados, de maior valor agregado. A aprovação das reformas estruturais previdenciária e tributária é importante, mas seu efeito só será sentido mais adiante, disse Castro. “Cria expectativa para o futuro, mas é difícil ter impacto ainda em 2019”.