As condições da indústria da construção continuam a se deteriorar, de acordo com sondagem do setor divulgada ontem (26), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores abaixo de 50 pontos significam redução na produção, a queda no nível de atividade da construção no País ficou mais acentuada, passando de 36,2 pontos em agosto para 35,9 pontos em setembro.
Com isso, o ritmo do setor continua bem abaixo do usual para esse período do ano. Em agosto, o indicador no qual 50 pontos significam a média de produção para esse mês registrou 27,2 pontos. Em setembro, essa correlação caiu para 27,1 pontos.
Em uma escala na qual valores abaixo dos 50 pontos significam redução nos postos de trabalho do setor, o indicador passou de 34,7 pontos em agosto para 35,2 pontos em setembro. No mesmo mês do ano passado, o índice estava em 43,1 pontos. Levando em consideração o terceiro trimestre do ano – julho a setembro – a insatisfação do empresariado do setor com a margem de lucro operacional das companhias piorou em relação ao trimestre anterior, passando de 32,7 pontos para 31,9 pontos. Da mesma forma, a insatisfação com a situação financeira passou de 37,2 pontos para 36,1 pontos.
“Os principais problemas enfrentados pela indústria no terceiro trimestre foram a elevada carga tributária, a alta taxa de juros e a demanda interna insuficiente. Adicionalmente, os empresários do segmento tiveram maior dificuldade de acesso ao crédito e os preços dos insumos e das matérias-primas mantiveram trajetória de alta quando comparados com o trimestre anterior. Como consequência, houve o agravamento da insatisfação com a situação financeira e com a margem de lucro das empresas”, definiu a CNI no documento.
Com um quadro tão deprimido até setembro, as expectativas do setor continuaram a se deteriorar em outubro. De acordo com a CNI, o pessimismo dos empresários para o nível de atividade nos próximos meses piorou de 39,5 pontos para 37,7 pontos, cada vez mais distante da linha divisória dos 50 pontos que significaria o início de uma perspectiva otimista para os negócios. A expectativa sobre novos empreendimentos e serviços também piorou, de 37,9 pontos para 36,9 pontos em outubro, bem como os planos de contratação de novos funcionários, cujo indicador passou de 37,3 pontos para 35,7 pontos neste mês (AE).
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