Gilson Faust (*)
A sucessão na empresa familiar compreende um processo complexo de transferência da administração ou da propriedade para a nova geração. Diante dessa complexidade, o planejamento da sucessão é colocado em segundo plano. Não tratar esse processo como prioridade estratégica é um erro comum no mercado. Ao todo, 44% das empresas familiares não têm um plano de sucessão e 72,4% não apresentam uma sucessão definida para cargos-chave, de acordo com pesquisa da Price Water House Cooper.
É comum também que a espera pelo “momento certo” seja usado como escudo para as primeiras complicações da sucessão: levar o assunto para a família e investigar os sucessores mais interessados; apresentar o tema para os diretores e conselheiros; conectar o planejamento sucessório com o planejamento estratégico do negócio. Sem dúvidas, esses passos dão trabalho e envolvem debates delicados com os familiares e os demais gestores.
Nem sempre a família e o negócio estão preparados para a disciplina necessária exigida para este momento. Mas decidir esperar para começar a estruturar a sucessão pode custar caro. O não planejamento da sucessão e a falta de preparo tanto do sucessor quanto do sucedido, bem como dos talentos da empresa em relação à nova gestão, vão resultar em problemas para a geração que sucede e até mesmo ocasionar o fim do negócio.
Assim, a GoNext Governança & Sucessão investe esforços para eliminar a cultura do “momento certo” do mercado. Toda empresa familiar precisa estar pronta para uma transição segura, estratégica e eficaz e como os conflitos sucessórios são inerentes ao ambiente empresarial familiar, a cultura de sucessão precisa existir muito antes do evento da passagem de bastão. Por isso, o “momento certo” é o quanto antes e, de preferência, agora.
A ideia central para superar o medo da sucessão é subverter o conceito de “momento certo” para observar “o momento da empresa”. Para conseguir avançar para uma sucessão bem-estruturada é preciso o diagnóstico claro do momento familiar. Então, no lugar de esperar sinais de que o negócio está pronto, pare e investigue:
. Quais são as expectativas financeiras das famílias envolvidas?
. Qual é o grau de dependência financeira da empresa?
. Qual é a idade das pessoas que estão em determinados cargos-chave da empresa?
. Qual é o nível de preparação que essas pessoas têm no momento?
. Quais são as diferenças de preparação entre elas?
. Quais as expectativas dos acionistas/familiares que não estão na gestão?
É neste momento de análise que serão respondidas suas principais dúvidas quanto aos esforços de planejamento e quais oportunidades poderão ser aproveitadas para conectar a sucessão ao objetivo de crescimento e longevidade do negócio. Todo o processo sucessório vai demandar planejamento, disciplina, estratégia e paciência de todos os envolvidos para trilhar o caminho de equilíbrio e longevidade do negócio.
(*) – Experiente em consultoria empresarial na formatação e liderança de conselhos de administração, de herdeiros e sucessores (https://gonext.com.br/).