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Práticas ESG estão em alta na mineração

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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Nos próximos cinco anos, o setor mineral deve investir R$ 320 bilhões no Brasil, o que representa aumento de aproximadamente 29% da projeção realizada no ano passado, de acordo com o estudo “A atratividade do setor mineral brasileiro”, produzido pela EY em parceria com o IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração).

A sustentabilidade está se tornando um tema central para a aprovação e execução de projetos de capital. Isso porque há, por parte dos financiadores, ênfase crescente no atendimento dos critérios ESG, o que está resultando em projetos e infraestruturas sustentáveis.

Algumas das principais iniciativas das empresas de mineração incluem a conservação e reciclagem da água; a gestão responsável e a destinação correta dos resíduos; o envolvimento ativo com as comunidades locais; a instituição da transparência e prestação de contas; além da crescente redução das emissões de carbono e de material particulado.

Critérios de sustentabilidade também vêm sendo muito utilizados na fase conceitual da engenharia e têm remodelado as especificidades de cada disciplina para que se aproveite ao máximo, no detalhamento dos elementos construtivos, a utilização de materiais que respeitem o meio ambiente e sejam mais eficientes.

O advento da tecnologia na engenharia também ajuda nesse ponto, ao viabilizar modelagens digitais que permitem quantificar o ganho de eficiência do projeto, levando em consideração o uso de energia limpa e de materiais reciclados; a reciclagem durante a fase de construção; e a utilização de métodos arquitetônicos de reaproveitamento de energias durante o processo produtivo (do vento para refrigeração natural, da solar para iluminação e fornecimento de corrente energética e da água), além de outros ganhos.

Esses exemplos já vêm sendo objeto de certificações em projetos de capital concedidas pelo U.S. Green Building Council (LEED Certified). No Brasil, o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e o PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) lideram a elaboração de notas técnicas com a eficiência de cada material e sua respectiva instalação, ajudando a reduzir os impactos na implantação de novos projetos de capital.

. Mudanças climáticas – Tanto as grandes corporações da indústria de mineração (chamadas de major) quanto as menores (junior) estão lidando com um ponto muito forte de inflexão nesses últimos anos: as práticas de ESG. Elas se tornaram prioridade para stakeholders e investidores. O crescimento acentuado dessa bandeira força o setor a se adequar a um cenário necessariamente mais verde.

Nesse contexto, duas fontes de financiamento se destacam, que são a governamental e a de bancos de desenvolvimento. Sobre a primeira, por causa do Acordo de Paris, assinado na COP 21, em que 188 países se comprometeram a contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa, os governos estão incentivando os projetos que envolvam minerais críticos, empréstimos preferenciais, garantias e outros incentivos financeiros para indústrias relacionadas à transição energética.

O governo brasileiro anunciou em fevereiro a criação de um programa de incentivo fiscais para emissão de debêntures, direcionado a mineradoras que extraem minérios críticos para a transição energética. Já em relação aos bancos de desenvolvimento, o BNDES oferece linhas de crédito específicas para o setor de mineração. A instituição já emprestou R$ 24,6 bilhões para mineradoras, somando operações diretas e indiretas automáticas.

Seu objetivo é lançar um fundo de capital de até R$ 1 bilhão para apoiar de 15 a 20 empresas dos portes júnior e médio, com projetos em fases iniciais e com demanda por fontes com menor emissão de carbono. A meta é impulsionar a transição energética. – Fonte: Agência EY – E-mail ([email protected]).