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O que o contador em início de carreira poderá encontrar na pós-pandemia

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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Iniciar a carreira em qualquer área não é tarefa das mais fáceis, muito menos em meio a uma pandemia mundial, em que tudo está se transformando e se reinventando. O que será da sociedade, profissões e empresas pós-pandemia? Isso ninguém sabe ao certo, mas alguns profissionais mais experientes podem antever algumas situações e orientar quem está iniciando na sua área.

O contador e conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Adriano Marrocos, explica sobre as grandes mudanças que já estão acontecendo, como por exemplo as reuniões virtuais. “Na nossa empresa, em 2005, adquirimos microfones, fomos nos clientes, e os instalamos nos computadores para reuniões via Skype. Foi um desastre. Nenhum cliente aceitou e preferia continuar no presencial. Agora, essa é uma mudança que veio para ficar”, avalia.

Marrocos alerta também aos estudantes para terem cuidado com o que estamos vivendo hoje o “boom das dicas”, seja de todos os tipos. “Muitos profissionais querem aparecer da noite para o dia, só com nova roupagem, mas conteúdo velho. Vi muitos colegas auditores tentando emplacar nessa onda, mas sem êxito, porque a bagagem continua e sempre será mais importante, porém a oratória e o discurso vem ganhando. É importante saber distinguir os que têm conteúdo para poder acompanhar, se quiser se espelhar na profissão”, ressalta.

Um dos pontos mais importantes é a necessidade de atualização frequente. Na contabilidade, as novidades geralmente vêm com novas leis, programas de governo, medidas provisórias. “O profissional que não estiver conectado com essa realidade dificilmente sairá bem na profissão. Outro ponto fundamental para o contador é a especialização em alguma área. Não adianta querermos ser ‘generalistas’, porque não teremos sucesso; é preciso ser especialista em algo”, pondera.

Quanto às tecnologias, o conselheiro do CFC alerta que qualquer assunto em relação a isso precisa ser tratado e entendido com normalidade – aceitar o novo – e que a inteligência artificial veio para ficar e ser parceira, e não para tirar “empregos” das pessoas. “Precisamos oferecer aos clientes um esclarecimento do nosso trabalho, e cada vez mais sermos consultores e menos operacionais”.

Por fim, o contador incentiva que os novos profissionais devem ser inovadores, sendo disruptivos ou não, e ressaltou algumas características essenciais para o profissional contábil: ter capacidade técnica, argumentação sólida, espírito consultor, saber trabalhar em equipe, possuir formação multidisciplinar, dominar as tecnologias e o atendimento ao público (Fonte: CFC).