Juliana Garcia (*)
Ao analisarmos dados sobre o padrão de comportamento da sociedade brasileira contemporânea e observarmos os movimentos de um ambiente de negócios, cada vez mais guiado pelos processos de digitalização, fica evidente que um bom posicionamento online e o desenho de estratégias assertivas de comunicação na web não são mais uma questão de escolha, mas uma necessidade permanente para as empresas que buscam o sucesso em tempos de big data.
Para termos uma visão mais clara deste cenário, vale citar, de início, que o Brasil está na vice-liderança dos países que passam mais tempo na internet, atrás apenas das Filipinas. Ao todo, o brasileiro dispende, em média, 9 horas e 20 minutos, navegando na rede mundial de computadores, segundo levantamento da agência de marketing italiana We Are Social.
A agência também indica que o país conta com mais de 150 milhões de usuários na internet e que quase 70% da população brasileira é ativa nas redes sociais. E, por falar em redes sociais, esse contexto foi ainda mais potencializado pelo quadro de isolamento social vivido globalmente. Para termos uma ideia, em 2020, nós investimos quase 5 horas de nossos dias em redes como WhatsApp, Facebook e Instagram, de acordo com pesquisa da Cuponation divulgada no início de 2021.
Quando observamos, por sua vez, o ambiente de consumo nacional, percebemos que essa tendência de digitalização é crescente e deve deixar marcas, mesmo em um cenário de pós-pandemia. O Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital revelou, por exemplo, que o e-commerce do país cresceu de modo vertiginoso em 2020, atingindo mais de 73% de expansão em relação a 2019.
Neste panorama imerso no universo online, o marketing digital continua a florescer e passa a assumir um protagonismo central dentro dos planejamentos de comunicação das empresas. Essa, aliás, é uma tendência global, vide a expectativa de que, ao longo dos próximos cinco anos, os investimentos em marketing digital cresçam a uma média de 17,6% em todo o mundo, saindo de um patamar de
US$ 305 bilhões em 2020, para US$ 807 bilhões em 2026. Essa perspectiva reforça, por conseguinte, a ideia de que o marketing digital permanecerá exercendo um papel decisivo dentro de um contexto de retomada econômica pós-COVID-19.
Tal cenário, é importante frisar, pode ser explicado por alguns fatores importantes.
O primeiro envolve o fato de que o processo de imersão e digitalização do mercado e da sociedade é irreversível e, com a entrada dos nativos digitais no ambiente de consumo atual, tal conjuntura deve se tornar mais complexa, exigindo, em contrapartida, estratégias ainda mais inteligentes e sofisticadas de comunicação por parte das empresas, de modo que consigam atrair a atenção de uma sociedade rodeada por dados e por um fluxo de informações que trafega de modo incessante.
Além disso, mais familiarizadas com os benefícios de uma estratégia comunicacional que, se bem planejada e executada, estreita as pontes com os consumidores de modo tão ou mais eficiente que os modelos tradicionais de marketing, a um custo muito mais acessível, a tendência – como vimos acima – é de que organizações de todos os portes mantenham ou ampliem seus investimentos em marketing digital.
Vale citar ainda o aquecimento dos ecossistemas de negócios digitais e startups, as quais estão ainda mais próximas das técnicas de posicionamento na web e, dada suas estruturas mais enxutas, encontram nos canais online um caminho inteligente para competirem com as grandes marcas de seus respectivos segmentos. Por tudo isso, não é exagero afirmar que o marketing digital tem tudo para se firmar como a principal ferramenta de comunicação mercadológica no tão discutido “novo normal” que, aliás, já se anuncia.
Uma coisa é certa: ele veio para ficar e cabe a sua empresa abraçar este mundo de possibilidades que fala a língua dos seus consumidores.
(*) – É comunicóloga, jornalista por formação e Public Relations. É CEO da IDEIACOMM, agência de conteúdo, social media e assessoria de imprensa.