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Geral 13/12/2017

em Geral
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
O transplante de órgãos só pode ser iniciado após consentimento da família e da confirmação da morte cerebral do paciente.

Novos critérios definem morte encefálica e afetam doação de órgãos
O transplante de órgãos só pode ser iniciado após consentimento da família e da confirmação da morte cerebral do paciente.


O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou ontem (12) critérios mais rígidos para definir morte encefálica

A mudança nos procedimentos tem impacto no processo de doação e transplante de órgãos, que só pode ser iniciado depois do consentimento da família e da confirmação da morte cerebral do paciente a partir da realização de vários exames. A partir da nova resolução, além do neurologista, outros especialistas como médico intensivista, neurocirurgião ou médico de emergência, poderão diagnosticar o fim da atividade cerebral do paciente.
Os procedimentos para determinar a morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentam estado de coma não perceptivo, ausência de reflexos do tronco cerebral e interrupção persistente da respiração (apneia). Se depois de pelo menos seis horas em observação no hospital o paciente apresentar ainda lesão de causa desconhecida e irreversível no cérebro, temperatura corporal acima de 35 graus e anormalidade no grau de saturação arterial, ele deve ser submetido aos exames de morte encefálica.
Para constatar a morte cerebral, dois médicos diferentes devem realizar o exame clínico, teste de apeia e exames complementares, como o eletroencefalograma e angiografia cerebral, entre outros. O laudo deve ser assinado por profissional capacitado para a realização desse tipo de exame. A parada cardíaca pode ocorrer em até 5 dias depois do diagnóstico de morte cerebral.
A nova resolução exige que os dois profissionais responsáveis pelo diagnóstico de morte cerebral tenham experiência comprovada e sejam especialistas em neurologia, em medicina intensiva, neurocirurgia ou medicina de emergência. A nova resolução também prevê que os familiares devem ser esclarecidos sobre a situação crítica do paciente e sobre todas as etapas de definição do diagnóstico de morte cerebral.
Se a morte encefálica for comprovada e houver consentimento da família, mais de dez órgãos podem ser transplantados: coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea e osso, entre outros.
O transplante de órgãos só é autorizado se o paciente não tiver falecido por politraumatismo, Acidente Vascular Cerebral (AVC), tumor cerebral primário e intoxicação. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 40 mil pessoas ainda aguardam na fila por um transplante e quase metade das famílias consultadas nega a autorização para doar órgãos (ABr).

Anistia acusa governos de cumplicidade em abusos de refugiados

Forças impedem o cruzamento do Mediterrâneo, sem ter muita consideração sobre as consequências para os afetados.

A ONG Anistia Internacional (AI) acusou, ontem (12), os governos europeus de cumplicidade na tortura e no abuso de milhares de refugiados e imigrantes detidos pelas autoridades líbias em terríveis condições. Em comunicado, a AI afirma que os governos europeus apoiam um sistema sofisticado de abuso e exploração de refugiados e imigrantes por parte da Guarda Costeira líbia, das autoridades e dos contrabandistas, a fim de impedir que cruzem o Mediterrâneo.
“Centenas de milhares de refugiados e imigrantes presos na Líbia estão à mercê das autoridades líbias, das milícias, dos grupos armados e dos contrabandistas que costumam trabalhar sem problemas, juntos, para um lucro financeiro”, afirmou o diretor da ONG para a Europa, John Dalhuisen. Milhares de refugiados, acrescentou Dalhuisen, são retidos “indefinidamente em centros de detenção cheios de gente, onde são sujeitos a abusos sistemáticos”.
“Os governos europeus não só estiveram a par desses abusos. Ao apoiar ativamente as autoridades líbias, ao impedir os cruzamentos por mar e conter as pessoas no país, são cúmplices desses abusos”, ressaltou em comunicado. Desde o fim de 2016, a UE, particularmente a Itália, implementou uma série de medidas destinadas a fechar as rotas migratórias pela Líbia e o cruzamento do Mediterrâneo, sem ter muita consideração sobre as consequências para os afetados, diz a a nota.
A organização defensora dos direitos humanos enumera três formas de como se traduziu essa cooperação com os envolvidos líbios no problema. A primeira está relacionada com o compromisso europeu de fornecer apoio técnico e ajuda ao Departamento Líbio para o Combate da Migração Ilegal, que está a cargo dos centros de detenção, diz a AI, com sede na capital britânica. A segunda forma é que os europeus permitiram que os guarda-costas líbios interceptassem as pessoas no mar ao fornecer treino, equipamento e ajuda técnica.
A terceira, segundo a Anistia Internacional, é que há acordos das autoridades líbias e grupos armados para deter o contrabando de pessoas. Diante da ausência de legislação ou de infraestrutura para a proteção dos que pdem asilo e das vítimas do tráfego, há detenções em massa e arbitrárias, acrescenta a AI. Os refugiados interceptados pela Guarda Costeira líbia são levados a centros de detenção, onde recebem um tratamento horrível, já que atualmente há 20 mil pessoas em centros anti-higiênicos e lotados, destaca o relatório.

Festival na Itália para relembrar campanha da FEB

A Embratur e o Ministério da Defesa promoverão, no dia 25 de abril de 2018, um festival no norte da Itália para homenagear os combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB), regimento que serviu no país europeu durante a Segunda Guerra Mundial. O evento acontecerá na data em que se celebra a Festa da Libertação da Itália das mãos do nazifascismo e incluirá atividades de gastronomia, cultura, música e turismo.
“Os combatentes brasileiros tiveram papel importante na libertação das cidades e por isso são reconhecidos pelos italianos, mas esquecidos no Brasil”, disse o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz. O festival passará por lugares que marcaram a trajetória da FEB na Itália, como Pistoia, Porretta Terme, Monte Castelo, Abetaia, Montese e Zocca. Com exceção da toscana Pistoia, os outros locais ficam na Emília-Romana.
“Os brasileiros são vistos como libertadores. No dia 25 de abril, feriado nacional no país, o Brasil estará bem representado na festa que eles promovem anualmente”, afirmou o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Sérgio Etchegoyen. A FEB desembarcou na Itália em 16 de julho de 1944 e levou mais de 25 mil militares, dos quais 10,2 mil como retaguarda.
Encerrada em maio de 1945, a campanha terminou com 465 soldados brasileiros mortos. Sua batalha mais célebre ocorreu em fevereiro de 1945, no Monte Castelo, montanha situada nos arredores de Bolonha e que foi tomada dos alemães após quatro tentativas (ANSA).

Palestinos acusam Israel de fazer ataque com drone

Confrontos em Gaza se acentuaram após anúncio de Trump.

Um drone israelense teria atacado e matado dois palestinos ontem (12) na Faixa de Gaza, em uma ação contra membros do grupo “Jihad Islâmica”, informa a mídia local. No entanto, os militares israelenses negaram que tenham realizado a ação próximo a Beit Lahia. “Contrariamente aos relatórios palestinos, as Forças de Israel não atacaram no norte da Faixa de Gaza”, disse o comunicado da entidade.
Desde o anúncio do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último dia 6, uma nova escalada de violência atingiu o Oriente Médio.
Mais de mil palestinos ficaram feridos na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém durante os protestos contra a decisão norte-americana e quatro mortes foram confirmadas.
Além disso, membros do Hamas lançaram foguetes contra cidades israelenses, em ações que foram respondidas da mesma maneira pelo Exército de Israel (ANSA).

Inflação dos mais pobres ficou menor em novembro

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda indicou de 0,34% para as famílias de faixa salarial superior (maior do que R$ 9 mil) e apenas 0,07% para as famílias de menor renda (menos de R$ 900). A diferença na alta entre os dois grupos foi de 0,27 ponto percentual. Os dados divulgados ontem (12) pelo Ipea indicam, que no ano, a inflação dos mais pobres acumula uma alta de 1,8%, também inferior à registrada pela classe de renda mais alta, cuja elevação foi de 3,2%.
Para a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, Maria Andréia Parente Lameiras, a menor alta para a população situada na faixa de renda mais baixa decorre principalmente da desaceleração dos preços dos alimentos em consequência da safra recorde registrada pelo país ao longo do ano. “De fato, a significativa desaceleração no preço dos alimentos ao longo do ano se constitui no principal foco de alívio inflacionário em 2017, especialmente para as classes de menor poder aquisitivo”, afirmou Maria Andréia.
“Os alimentos são o item com maior peso nos gastos totais das famílias mais pobres e a deflação dos alimentos contribuiu para diminuir em 0,16 ponto percentual a inflação dos mais pobres, ao passo que, para a classe mais alta, a ajuda foi de 0,05 ponto percentual”, completou. Segundo o Ipea, os transportes também influenciaram a redução na inflação, embora “em menor intensidade”, com a queda de 0,6% nas tarifas dos ônibus urbanos e de 1,6% na dos interestaduais, “itens de grande peso na inflação dos mais pobres”.
Já as tarifas de energia elétrica e do gás de botijão tiveram alta de 4,2% e e de 1,6% respectivamente, impactando as famílias de menor poder aquisitivo. Nos últimos meses, no entanto, foi constatada a desaceleração da inflação de modo significativo em todas as faixas de renda (ABr).