Juliana Brito (*)
Aproveitei um pouco minha “folga” de final de ano para fazer algo que eu vinha enrolando há algum tempo: arrumar minhas fotos antigas, de criança. Sempre nessa época do ano, fico bastante emotiva. E memórias também nos remetem a fortes emoções. Enfim, foram mais de duas horas arrumando fotos e muitas lágrimas, por diversos motivos. Fotos da minha família, familiares que não estão mais aqui.
Uma coisa curiosa: as fotos que mais me emocionaram foram dos meus momentos na natação. Nadadora durante 12 anos, o esporte ensinou muitas coisas na minha vida pessoal e profissional. Lembro que eu ganhei diversas medalhas, mas a única coisa que realmente importava era o resultado final do time. Quando íamos para uma competição nacional, só pensava no troféu maior, dado para o time vencedor.
O treino não é fácil. Você fica lá, sozinho, com a cabeça na água, nadando para um lado, para o outro. Literalmente contando ladrilhos. Ninguém acha isso divertido. Mesmo assim é um esporte com muita aderência. Outro fator interessante na natação é de como estamos em um ambiente antifrágil. Todo dia, você quer ser o melhor. Nem todo dia você consegue.
Muitas vezes, sua performance é um lixo.
Em outras, seu treino é maravilhoso e você ganha forças para voltar lá e continuar melhorando. Nas competições, é a mesma cena. Lembro-me bem dos campeonatos em que ia mal. Mas sempre tinha meus companheiros torcendo por mim e me apoiando, quando eu saía da água. Independente do resultado, era uma comemoração de todo o esforço que nos levou àquela competição.
Ao mesmo tempo, sempre tinha alguém que se superava. E isso também era muito comemorado. No final do dia, isso é um ambiente antifrágil. É quando você tem pessoas ao seu redor, para quando as coisas vão mal, para você sair mais forte disso. Isso é um time de natação. Isso também é uma empresa bem-sucedida. O mais importante para a vida é como você consegue aprender a aproveitar a jornada e o dia a dia. É estar presente naquele momento e não focar somente no resultado!
Os números são apenas consequência. Olhar para trás me fez lembrar muito de focar na jornada e construir ambientes antifrágeis. É isso o que eu espero construir dentro das minhas empresas, um lugar onde as pessoas possam falhar, errar e sair por cima. Não é ser complacente com os erros, mas permitir que eles existam. Às vezes, o resultado vai ser muito bom. Em outras, nem tanto. Mas, na média, a empresa vai estar sempre crescendo.
Continue acreditando em si e no potencial da sua equipe para superar qualquer barreira.
(*) – É empresária, CEO e cofundadora da Indie hero e da GJ+, empresas focadas no desenvolvimento do ecossistema de jogos no Brasil (https://www.instagram.com/jsibrito/).