Vivaldo José Breternitz (*)
O Google, mais uma vez, adiou o retorno de seus funcionários ao trabalho presencial. O CEO da empresa, Sundar Pichai, disse aos funcionários que a empresa passará o retorno obrigatório aos escritórios para janeiro de 2022.
O atual esquema de trabalho presencial voluntário vai durar até 10 de janeiro; a partir dessa data, cada um dos escritórios do Google tomará decisões sobre se e quando a volta ao trabalho presencial será obrigatória, devendo os funcionários serem avisados com 30 dias de antecedência.
A empresa esperava que os funcionários pudessem voltar em setembro, mas houve um adiamento para 18 de outubro, com os funcionários devendo estar presentes em três dias da semana; agora, ocorre esse novo adiamento. A medida não surpreende. A evolução da pandemia tem sido “mais longa e acidentada do que o esperado”, de acordo com Pichai. Em outras palavras, fatores como a variante Delta do vírus e as taxas de vacinação insatisfatórias levaram ao adiamento.
Mas parece claro que o Google não pretende correr riscos e exige vacinação completa para qualquer funcionário que retorne ao trabalho presencial, de forma voluntária ou não. Também não está agindo de forma original: outras big techs, como a Apple, adiaram o retorno aos escritórios em função da evolução da pandemia. Providências como essas deveriam servir de alerta aos brasileiros, a maioria dos quais parece estar vivendo um clima de “liberou geral”.
(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.